São Paulo, sábado, 14 de abril de 2007

Texto Anterior | Índice

Varig prioriza retomada de vôos à Europa

Companhia aérea precisa voltar a operar uma série de vôos internacionais até o mês de junho, sob pena de perdê-los

Avaliação é que é melhor garantir primeiro vôos para aeroportos muito demandados, como Frankfurt e Londres


MAELI PRADO
DA REPORTAGEM LOCAL

JANAINA LAGE
DA SUCURSAL DO RIO

A estratégia da Varig para atuar no mercado internacional priorizará as rotas para a Europa, segundo a Folha apurou. A execução da estratégia desenhada pelos executivos da companhia depende ainda do fechamento de negociações para retomada de aviões.
A companhia já devolveu um MD-11 e conseguiu renovar o contrato de outro, que estava prestes a ser entregue, até junho. Apesar desta redução da frota, a Varig não deverá abandonar as rotas internacionais que opera atualmente: Frankfurt (Alemanha), Buenos Aires (Argentina), Caracas (Venezuela) e Bogotá (Colômbia).
A companhia aérea está agora diante de uma corrida contra o tempo para fechar contratos de arrendamento de aviões de longo curso, já que precisa retomar uma série de vôos internacionais até junho próximo, sob pena de perder as autorizações para realizá-los.
A Gol, que comprou a Varig, já manifestou a intenção de pedir a prorrogação desse prazo para a Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), órgão regulador do setor aéreo. Mas a TAM afirmou oficialmente à agência que tem interesse em operar parte desses vôos e que é contra o prazo ser adiado.
A prioridade dada à Europa reflete a presença de aeroportos com espaços e horários para pousos e decolagens muitos disputados pelas companhias aéreas, como o de Londres e o de Frankfurt. A avaliação da empresa aérea é de que é mais fácil retomar vôos para os EUA porque as autorizações para freqüências não estariam sendo usadas integralmente.

Negociações
A entrada da Gol facilitou a retomada de conversas e negociações com companhias e entidades que haviam interrompido o relacionamento comercial com a Varig no auge da crise da companhia aérea.
Dessa forma, a Varig já iniciou o começo de aproximação com companhias aéreas como Lufthansa e TAP, de acordo com o que a Folha apurou.
A definição sobre voltar a ingressar na Star Alliance, acordo operacional entre companhias do mundo todo, ou outra aliança vai depender do estreitamento da relação comercial com antigas parceiras da Varig.
A Varig pretende ainda voltar a participar da câmara de compensação da Iata (International Air Transportation Association). Esta câmara permite que outras companhias ofereçam transporte a passageiros da Varig em casos de problemas e vice-versa.
Para ser vendida em leilão no ano passado, a Varig foi dividida em duas empresas: a velha, que ficou com o passivo e que hoje não está em operação; e a nova, sem dívidas, que foi vendida para a VarigLog.
É a Varig antiga que fazia parte da Star Alliance e da Iata, mas como a VarigLog não pagou as dívidas da "velha" Varig a companhia saiu da aliança operacional e da câmara de compensação, ou "clearing house", da associação.


Texto Anterior: Brasil agora exporta miniusina para os EUA
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.