São Paulo, terça-feira, 14 de abril de 2009

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China reduz ritmo de aquisição de título americano

KEITH BRADSHER
DO "NEW YORK TIMES", EM HONG KONG

Abandonando seu papel como comprador de volume crescente de títulos do Tesouro americano e outros papéis estrangeiros, o governo da China fez vendas pesadas de bônus em janeiro e fevereiro antes de retomar as aquisições em março, de acordo com dados divulgados no final de semana pelo banco central chinês.
As reservas cambiais da China cresceram em seu ritmo mais lento dos últimos oito anos, com alta de US$ 7,7 bilhões, ante a alta recorde de US$ 153,9 bilhões registrada no período um ano antes.
A China emprestou vastas somas aos Estados Unidos -estima-se que dois terços do US$ 1,95 trilhão em reservas cambiais detidas pelo banco central chinês são papéis norte-americanos. Mas agora o governo chinês está financiando uma porcentagem decrescente das novas hipotecas e das novas captações de fundos dos EUA.
As reservas da China caíram pelo recorde de US$ 32,6 bilhões em janeiro e outro US$ 1,4 bilhão em fevereiro, antes de uma alta de US$ 41,7 bilhões em março, de acordo com o banco central chinês. A retomada do crescimento nas reservas chinesas em março sugere, porém, que a confiança pode estar renascendo no país.
O principal efeito da desaceleração na compra de títulos pode ser um enfraquecimento da influência da China sobre os EUA, porque o Tesouro se tornaria menos dependente das aquisições do BC chinês. Ao mesmo tempo, cresceu a venda de títulos a investidores privados de todo o mundo, ao passo que a tendência de poupar ante a crise ganhou força entre americanos, fatores que reduziriam mais a dependência China.
Se a economia chinesa sair da crise mais rápido do que seus parceiros, o resultado poderia ser uma ampliação das importações e uma recuperação mais lenta de suas exportações. Isso limitaria os superávits e os investimentos em reservas.

Tradução de PAULO MIGLIACCI


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