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China reduz ritmo de aquisição de título americano
KEITH BRADSHER
DO "NEW YORK TIMES", EM HONG KONG
Abandonando seu papel como comprador de volume crescente de títulos do Tesouro
americano e outros papéis estrangeiros, o governo da China
fez vendas pesadas de bônus
em janeiro e fevereiro antes de
retomar as aquisições em março, de acordo com dados divulgados no final de semana pelo
banco central chinês.
As reservas cambiais da China cresceram em seu ritmo
mais lento dos últimos oito
anos, com alta de US$ 7,7 bilhões, ante a alta recorde de
US$ 153,9 bilhões registrada no
período um ano antes.
A China emprestou vastas
somas aos Estados Unidos -estima-se que dois terços do US$
1,95 trilhão em reservas cambiais detidas pelo banco central
chinês são papéis norte-americanos. Mas agora o governo
chinês está financiando uma
porcentagem decrescente das
novas hipotecas e das novas
captações de fundos dos EUA.
As reservas da China caíram
pelo recorde de US$ 32,6 bilhões em janeiro e outro US$
1,4 bilhão em fevereiro, antes
de uma alta de US$ 41,7 bilhões
em março, de acordo com o
banco central chinês. A retomada do crescimento nas reservas chinesas em março sugere, porém, que a confiança
pode estar renascendo no país.
O principal efeito da desaceleração na compra de títulos
pode ser um enfraquecimento
da influência da China sobre os
EUA, porque o Tesouro se tornaria menos dependente das
aquisições do BC chinês. Ao
mesmo tempo, cresceu a venda
de títulos a investidores privados de todo o mundo, ao passo
que a tendência de poupar ante
a crise ganhou força entre americanos, fatores que reduziriam
mais a dependência China.
Se a economia chinesa sair da
crise mais rápido do que seus
parceiros, o resultado poderia
ser uma ampliação das importações e uma recuperação mais
lenta de suas exportações. Isso
limitaria os superávits e os investimentos em reservas.
Tradução de PAULO MIGLIACCI
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