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GUIA DA POUPANÇA
Imposto deve ser pago só a partir de 2011
Recolhimento de tributo sobre a poupança será feito anualmente com a declaração do IR; ganho inferior a R$ 250 por mês ficará isento
Governo também criou um abatimento de imposto para os aplicadores que vai variar de acordo com a taxa de juros em vigor no país
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
DA REPORTAGEM LOCAL
Caso as mudanças propostas
pelo governo não sejam alteradas pelo Congresso, o pagamento do Imposto de Renda
que será cobrado nas cadernetas de poupança com saldo acima de R$ 50 mil será feito
anualmente, com a declaração
anual de ajuste entregue à Receita Federal em abril de cada
ano. O primeiro ajuste será
apenas na declaração de 2011,
relativo a 2010.
Os bancos enviarão a seus
clientes extratos anuais com o
detalhamento do rendimento
mensal de cada conta da caderneta de poupança. Na hora de
preencher a declaração do Imposto de Renda, o contribuinte
terá que somar os ganhos obtidos em todas as suas cadernetas e informar o valor correspondente a cada mês à Receita.
O programa do IR fará, então,
os cálculos do imposto devido e
aplicará os abatimentos. Se
houver dependentes, os rendimentos obtidos nas aplicações
da caderneta também deverão
ser informados.
O governo só vai cobrar imposto sobre o rendimento obtido com as aplicações. Quem tiver ganho inferior a R$ 250,00
por mês ficará isento. Se ficar
acima desse valor, o ganho será
somado à renda do contribuinte, como salários e aposentadorias, e o imposto cobrado será
igual ao IR. As alíquotas variam
de 7,5% a 27,5%, dependendo
da renda de cada pessoa.
Gatilho
Além da parcela de isenção, o
governo criou um abatimento
que vai variar de acordo com a
taxa de juros em vigor no país.
Por exemplo, se a Selic cair para
9,25% ao final deste ano, como
prevê o mercado financeiro, o
poupador terá direito a abater
70% do rendimento. Isso quer
dizer que o IR só incidirá sobre
30% dos ganhos.
Não haverá necessidade de o
contribuinte fazer nenhum pagamento mensal à Receita. A
exceção são aplicadores com
saldos acima de R$ 1 milhão.
Nesses casos, haverá retenção
do imposto na fonte, feito pelos
bancos diretamente.
Se os juros caírem para 7%,
ainda assim será preciso ter um
saldo de R$ 349,8 mil para que
haja recolhimento na fonte.
As pessoas que tiverem o
rendimento da caderneta de
poupança como única fonte de
renda também foram beneficiadas pelas regras do governo.
A maior parte estará isenta. De
acordo com as simulações do
Ministério da Fazenda, se os juros estiverem em 8,5% ao ano,
será preciso um saldo de R$
986 mil para que haja tributação do rendimento.
Para evitar que os clientes
pulverizem as aplicações em
cadernetas com saldo abaixo de
R$ 50 mil, o governo exige que
todos os rendimentos sejam
consolidados e também terá informações dos bancos sobre os
ganhos individuais para fazer
os cruzamentos.
Investimento pessoal
Para o tributarista Regis Braga, o investidor em dúvida não
deve mexer no investimento
até conhecer melhor a nova tributação dos fundos de investimento. "Primeiro, só vai acontecer a partir de 1º de janeiro de
2010, e o desembolso só vai
ocorrer em 2011. Até lá, a chance de essa proposta ser repensada é grande. Depois, dependendo do caso, você não vai ser
tributado se a somatória dos
rendimentos cair na faixa de
isenção. Já o investidor dos
fundos, que está vendo o rendimento cair, pode esperar uma
redução geral nas alíquotas."
Para Braga, outras modalidades de investimento podem
acabar se beneficiando da mudança, como o mercado de
ações, que tem isenção para
movimentações de até R$ 20
mil mensais. "Vai estimular
uma diversificação maior. Nós
sempre estivemos viciados em
poucas aplicações financeiras."
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