São Paulo, sexta-feira, 14 de maio de 2010

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Cortes são bem-vindos, diz Meirelles

SAMANTHA LIMA
DA SUCURSAL DO RIO

CIRILO JÚNIOR
DA FOLHA ONLINE

O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, disse que cortes nos gastos públicos "são bem-vindos" como medida adicional para o controle da inflação no país, minutos antes de o anúncio ter sido feito pelo Ministério da Fazenda.
Meirelles participou ontem de seminário sobre o regime de metas de inflação, organizado pelo BC, no Rio de Janeiro.
Representantes de bancos privados também elogiaram os cortes por entenderem que a medida alivia o papel do BC na tarefa de conter os preços por meio do aumento de taxa de juros.
"O pacote é extremamente saudável. É positivo o governo demonstrar a intenção de melhorar o gasto público", disse o presidente do HSBC no Brasil, Conrado Engel.
Já o economista-chefe do Santander no Brasil e ex-diretor do BC, Alexandre Schwartsman, classificou-a, "em tese", como insuficiente para conter os riscos inflacionários gerados pelo forte crescimento da economia.
"É preciso saber se os cortes são gastos já feitos ou gastos planejados. Se forem planejados, podem ter um impacto menor. O corte de R$ 10 bilhões representa 0,3% do PIB. É um número razoável, mas não para o grau de aceleração da economia que estamos vivendo."

Modelo
Durante o seminário, Meirelles elogiou a atuação do BC durante a crise. Para o presidente da instituição, o episódio comprovou a adequação do sistema de metas de inflação com câmbio flutuante, implantado no país em 1999, e a atuação da autoridade monetária em meio à turbulência econômica.
O procedimento do BC brasileiro vem sendo repetido, de acordo com Meirelles, pelo Banco Central Europeu desde o último fim de semana, para debelar os problemas originados na Grécia.
"Avaliações internacionais, de organismos como o FMI, apontam a atuação do BC como modelo para atuações de BCs durante crises", disse Meirelles.
As medidas iniciais, enumerou, foram usar as reservas em dólares e a redução dos empréstimos compulsórios para restabelecer a liquidez. Na sequência, o Banco Central buscou aumentar a disponibilidade de dólares no mercado e a atuação nos mercados de derivativos.


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