São Paulo, sexta-feira, 14 de maio de 2010

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Bolsa cai 0,66% em dia de volume menor de negócios

Dados de emprego nos EUA desagradam; dólar vale R$ 1,777

EPAMINONDAS NETO
DA REPORTAGEM LOCAL

Os investidores mostraram ontem que a confiança no futuro continua um artigo raro nos mercados financeiros. Sem notícias de maior impacto, a opção pela venda de ações foi predominante.
A exemplo da Espanha, Portugal também anunciou um plano de contenção das despesas públicas, prometendo reduzir o deficit de quase 8% do PIB (Produto Interno Bruto) para menos de 5% até 2011. O plano, no entanto, não mexeu com os ânimos da mesma forma que a proposta espanhola.
Houve frustração com os números da economia norte-americana: um importante termômetro do mercado de trabalho local (as solicitações de auxílio-desemprego) indicou que a recuperação do emprego continua claudicante.
Para economistas, a lenta recuperação dos postos de trabalho é justamente um dos maiores pontos fracos na retomada do crescimento nos EUA.
A Bovespa chegou a se valorizar por alguns momentos, mas encerrou o dia em queda de 0,66%, abaixo de 65 mil pontos e com volume financeiro fraco (R$ 5,21 bilhões).
No exterior, a Bolsa de Nova York cedeu 1,05%. As Bolsas europeias subiram: em Londres, o índice de ações teve alta de 0,93%, enquanto Frankfurt avançou 1,10%.
O dólar comercial encerrou o dia cotado a R$ 1,777, em leve alta de 0,22%. Os preços da moeda americana oscilaram entre R$ 1,77 e R$ 1,76, apontando para um dia de tranquilidade no câmbio doméstico.
E, na mesma semana em que vários países europeus divulgaram planos para reduzir despesas, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, anunciou corte de R$ 10 bilhões em gastos.
Os motivos, porém, são diferentes: o Brasil mira no superaquecimento da economia e na inflação, e não em problemas de deficit público e resgate da confiança dos mercados.
Mas nem por esse motivo a Bolsa consegue se descolar do mau humor nos demais mercados. Uma das razões é a participação importante do capital externo nos negócios com ações brasileiras: os estrangeiros respondem por quase 30% do volume da Bolsa.
Neste mês (até o dia 11), os investidores estrangeiros venderam mais do que compraram por uma diferença de R$ 1,32 bilhão, mais do que o saldo negativo de abril (R$ 1,07 bilhão).
"Os fundamentos econômicos do país estão muito bons, e o que temos observado é um mercado com um comportamento muito técnico: tem muita gente saindo de ações que já se valorizaram bastante, como Vale, e indo para outras que ainda têm potencial", diz Antonio Cesar Amarante, analista da corretora Senso.


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