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Varig ganha mais uma semana na Justiça de NY
Até dia 21, aviões e turbinas não podem ser apreendidos por falta de pagamento
Juiz recebeu, durante a audiência, a informação de que a aérea obteve outra oferta de aquisição e levou o fato em consideração
VINÍCIUS QUEIROZ GALVÃO
DE NOVA YORK
A Corte de Falências de Nova
York estendeu ontem, mais
uma vez, a proteção à Varig para que a companhia não tenha
aviões e turbinas apreendidos
em território americano por
falta de pagamento. A liminar
foi prorrogada até o dia 21.
A decisão decorreu da informação, recebida durante a audiência, de que a empresa obteve uma segunda oferta de compra, no valor de US$ 450 milhões (R$ 1,035 bilhão, pelo
câmbio de ontem), que seria
paga em dinheiro. O montante
é praticamente o mesmo proposto pelo TGV (Trabalhadores do Grupo Varig) no leilão
realizado na semana passada.
O comprador, identificado ao
juiz apenas como um "investidor da indústria aérea brasileira", estaria disposto a pagar os
US$ 75 milhões (R$ 172,5 milhões) de imediato para garantir a continuidade dos vôos.
O clima na audiência foi tenso. Credores foram mais incisivos na cobrança da implementação imediata do "plano de
contingência", possibilidade
criada em uma decisão anterior
que prevê que os aviões sejam
devolvidos a arrendadores.
"A Varig nunca pegou o telefone para mostrar se, como e
quando pretende pagar", disse
Jon Arnison, advogado da
ILFC (International Lease Finance Corporation). "Não há
nenhuma razão para estender o
prazo de pagamento. Os credores não têm tido nenhum tipo
de assistência deste tribunal."
O juiz do caso, Robert Drain,
tem se mostrado cada vez mais
irritado e descrente de que a
Varig possa se reestruturar.
"Há uma esperança, nada
além disso, de que o pagamento
dos US$ 75 milhões venha a
ocorrer nos próximos dias",
afirmou durante a decisão.
A preocupação de Drain, reiterada várias vezes, é a de que
os arrendadores não vejam
suas dívidas pagas ou os equipamentos devolvidos.
A Corte de Falências americana tem agido de maneira a
não atropelar o juiz Luiz Roberto Ayoub, da 8ª Vara Empresarial, responsável pelo processo de recuperação da Varig.
Retomada
Após a prorrogação da liminar, a Varig pediu, sem sucesso,
um prazo maior para as dívidas
que tem com a ILFC, que beiram US$ 20 milhões (R$ 46 milhões) em leasing e em manutenção de equipamentos e que
venciam ontem. Se não pagasse
ao menos US$ 3,8 milhões (R$
8,74 milhões) até o fim da tarde, a empresa teria de devolver
11 aviões de propriedade da arrendadora. Outra menor, a Willis, ganhou da Corte da Flórida
o direito de reaver, em 30 dias
(a partir de ontem), as turbinas
concedidas à Varig.
Por se tratar de instâncias
distintas (uma é estadual e a
outra é federal), a decisão da
Corte de Falências nova-iorquina não invalida outras sentenças contra a Varig. Na sexta-feira, a juíza Karla Moskowitz,
da Suprema Corte de Nova
York, determinou que a aérea
parasse de operar sete aviões da
Boeing a partir de ontem e os
devolvesse em 1º de julho.
A assessoria de imprensa da
Varig informou que, nos três
casos, os aviões e turbinas não
foram e não serão retirados de
operação para serem devolvidos a essas empresas. Segundo
a aérea, apesar de as decisões já
terem sido tomadas pela Justiça, seus advogados estão negociando com os arrendadores a
possibilidade de um acordo.
A Varig ainda negou que cancelará vôos internacionais nos
próximos dias para evitar arresto de seus aviões e turbinas.
Colaborou a Reportagem Local
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