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Gasolina passa a ter 25% de álcool a partir de julho
Medida se deve a maior produção e queda de preço
VINICIUS ABBATE
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O ministro da Agricultura,
Reinhold Stephanes, anunciou
ontem a decisão de aumentar a
quantidade de álcool anidro na
composição da gasolina, de
23% para 25%. A medida é obrigatória e vale para todo o país a
partir de 1º de julho.
Os motivos para a decisão,
segundo o ministro, foram o
aumento da produção de álcool
e a queda de 30% no preço para
as usinas.
"O preço do álcool já vem
caindo em alguns Estados, e [a
medida] deve contribuir para
poluir menos", disse Stephanes. Não há estimativa de quando a medida vai refletir em redução no preço da gasolina.
"É uma medida elogiável,
gostaríamos que ela tivesse
acontecido antes. O álcool está
muito abaixo do preço de custo,
o que vinha comprometendo o
setor", disse Edson Ustulin,
presidente da Comissão Nacional de cana-de-açúcar da CNA
(Confederação da Agricultura e
Pecuária do Brasil).
A CNA diminuiu, no entanto,
a expectativa do governo de escoar a produção excedente de
álcool por meio da exportação.
"Falta infra-estrutura e logística para isso", disse Ustulin.
Segundo o Ministério da
Agricultura, a produção de álcool é 11,5% maior do que a da
safra anterior. Com a medida, o
aumento do consumo de álcool
deve ser de 400 milhões de litros ao ano.
A Unica (União da Indústria
de Cana-de-Açúcar) chamou a
atenção para a lei que dispõe
sobre a mistura de álcool anidro à gasolina, permitindo a variação de 20% a 25%. Para a entidade, o teor de 25% responde
a razões energéticas e ambientais. "A medida recoloca a mistura nos padrões tradicionais e
indica normalidade na oferta
do produto", disse, em nota.
A última vez que houve alteração na composição da gasolina foi em novembro de 2006,
quando a quantidade de álcool
passou de 20% para 23%.
O governo estima que o setor
privado tenha 700 milhões de
litros de álcool em estoque.
Durante o encontro entre o
ministro da Agricultura e os
produtores nacionais de álcool,
foram discutidas três medidas
para o setor sucroalcooleiro:
contratos de longo prazo entre
distribuidoras e produtores,
comercialização do álcool como commodity na BM&F e
controle dos estoques de álcool.
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