São Paulo, quinta-feira, 14 de junho de 2007

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Gasolina passa a ter 25% de álcool a partir de julho

Medida se deve a maior produção e queda de preço

VINICIUS ABBATE
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, anunciou ontem a decisão de aumentar a quantidade de álcool anidro na composição da gasolina, de 23% para 25%. A medida é obrigatória e vale para todo o país a partir de 1º de julho.
Os motivos para a decisão, segundo o ministro, foram o aumento da produção de álcool e a queda de 30% no preço para as usinas.
"O preço do álcool já vem caindo em alguns Estados, e [a medida] deve contribuir para poluir menos", disse Stephanes. Não há estimativa de quando a medida vai refletir em redução no preço da gasolina.
"É uma medida elogiável, gostaríamos que ela tivesse acontecido antes. O álcool está muito abaixo do preço de custo, o que vinha comprometendo o setor", disse Edson Ustulin, presidente da Comissão Nacional de cana-de-açúcar da CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil).
A CNA diminuiu, no entanto, a expectativa do governo de escoar a produção excedente de álcool por meio da exportação. "Falta infra-estrutura e logística para isso", disse Ustulin.
Segundo o Ministério da Agricultura, a produção de álcool é 11,5% maior do que a da safra anterior. Com a medida, o aumento do consumo de álcool deve ser de 400 milhões de litros ao ano.
A Unica (União da Indústria de Cana-de-Açúcar) chamou a atenção para a lei que dispõe sobre a mistura de álcool anidro à gasolina, permitindo a variação de 20% a 25%. Para a entidade, o teor de 25% responde a razões energéticas e ambientais. "A medida recoloca a mistura nos padrões tradicionais e indica normalidade na oferta do produto", disse, em nota.
A última vez que houve alteração na composição da gasolina foi em novembro de 2006, quando a quantidade de álcool passou de 20% para 23%.
O governo estima que o setor privado tenha 700 milhões de litros de álcool em estoque.
Durante o encontro entre o ministro da Agricultura e os produtores nacionais de álcool, foram discutidas três medidas para o setor sucroalcooleiro: contratos de longo prazo entre distribuidoras e produtores, comercialização do álcool como commodity na BM&F e controle dos estoques de álcool.


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