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O VÔO DA ÁGUIA
Aumento das exportações diminui saldo negativo pela 1ª vez em 5 meses e eleva perspectiva para o crescimento do país
Dólar "barato" reduz déficit comercial dos EUA
DA REDAÇÃO
Impulsionado por exportações
recordes, o déficit comercial americano caiu em maio pela primeira vez após cinco meses. Segundo
dados do Departamento de Comércio divulgados ontem, o saldo
de bens e serviços dos EUA com o
exterior ficou negativo em US$ 46
bilhões, abaixo das estimativas
dos economistas, que previam em
média US$ 48,3 bilhões.
Em abril, o déficit havia alcançado um recorde histórico, com
US$ 48,1 bilhões. A redução de
4,5% foi a maior em um único
mês desde outubro de 2002.
O desequilíbrio comercial menor que o esperado deve elevar as
estimativas de economistas para o
crescimento do país no segundo
trimestre. Jim Glassman, economista-sênior do JP Morgan Securities, espera um aumento de
meio ponto percentual na previsão, de acordo com o saldo comercial de junho. O PIB americano cresceu a uma taxa anualizada
de 3,9% no primeiro trimestre do
ano, e as projeções iniciais de analistas apontam para uma expansão de 4% no segundo.
Segundo analistas, as exportações foram beneficiadas pela desvalorização do dólar -que tornam os produtos americanos
mais baratos no exterior- e cresceram 2,9% em maio em relação
ao mês anterior, atingindo US$
97,1 bilhões. As importações ficaram em US$ 143,1 bilhões, alta de
0,4% ante o valor de abril.
Outra explicação é a expansão
da economia mundial. "Você está
olhando para um cenário de atividade global. Nós sabemos que o
crescimento da economia americana é forte, que ela está em recuperação. O aumento das exportações representa um bom sinal de
que os parceiros comerciais também se movem para a frente",
afirmou Glassman.
Já a conta da compra de bens e
serviços foi influenciada pelo recente movimento de alta do petróleo. O preço médio pago pelos
americanos pelo barril importado
foi de US$ 33,12 em maio, o maior
valor nominal da história. O déficit com países produtores de petróleo, como Arábia Saudita e Venezuela, também foi recorde, chegando a US$ 5,6 bilhões.
Projeção anual
No acumulado em cinco meses,
o saldo comercial americano é negativo em US$ 231 bilhões, valor
superior ao de igual período de
2003, de US$ 208,7 bilhões. Essa
diferença reforça a expectativa de
analistas de que o déficit de 2004
supere o recorde do ano passado,
de US$ 496,5 bilhões.
Por países, o desequilíbrio comercial com a China subiu para
US$ 12,1 bilhões, devido ao aumento das importações para US$
15 bilhões. Já o déficit com o Japão
caiu de US$ 6,4 bilhões para US$
5,5 bilhões de abril para maio.
A balança comercial americana
tem sido uma das principais questões na disputa eleitoral americana deste ano para presidente.
George W. Bush defende que uma
maneira de reduzir o déficit é eliminar barreiras em outros países
e abrir seus mercados para bens e
serviços americanos.
Já o democrata John Kerry afirma que o atual déficit apenas evidencia que a política de livre comércio de Bush não tem obtido
resultados. Ele pede a revisão de
acordos existentes e mais proteções ao mercado interno.
Com agências internacionais
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