São Paulo, quarta-feira, 14 de julho de 2004

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O VÔO DA ÁGUIA

Aumento das exportações diminui saldo negativo pela 1ª vez em 5 meses e eleva perspectiva para o crescimento do país

Dólar "barato" reduz déficit comercial dos EUA

DA REDAÇÃO

Impulsionado por exportações recordes, o déficit comercial americano caiu em maio pela primeira vez após cinco meses. Segundo dados do Departamento de Comércio divulgados ontem, o saldo de bens e serviços dos EUA com o exterior ficou negativo em US$ 46 bilhões, abaixo das estimativas dos economistas, que previam em média US$ 48,3 bilhões.
Em abril, o déficit havia alcançado um recorde histórico, com US$ 48,1 bilhões. A redução de 4,5% foi a maior em um único mês desde outubro de 2002.
O desequilíbrio comercial menor que o esperado deve elevar as estimativas de economistas para o crescimento do país no segundo trimestre. Jim Glassman, economista-sênior do JP Morgan Securities, espera um aumento de meio ponto percentual na previsão, de acordo com o saldo comercial de junho. O PIB americano cresceu a uma taxa anualizada de 3,9% no primeiro trimestre do ano, e as projeções iniciais de analistas apontam para uma expansão de 4% no segundo.
Segundo analistas, as exportações foram beneficiadas pela desvalorização do dólar -que tornam os produtos americanos mais baratos no exterior- e cresceram 2,9% em maio em relação ao mês anterior, atingindo US$ 97,1 bilhões. As importações ficaram em US$ 143,1 bilhões, alta de 0,4% ante o valor de abril.
Outra explicação é a expansão da economia mundial. "Você está olhando para um cenário de atividade global. Nós sabemos que o crescimento da economia americana é forte, que ela está em recuperação. O aumento das exportações representa um bom sinal de que os parceiros comerciais também se movem para a frente", afirmou Glassman.
Já a conta da compra de bens e serviços foi influenciada pelo recente movimento de alta do petróleo. O preço médio pago pelos americanos pelo barril importado foi de US$ 33,12 em maio, o maior valor nominal da história. O déficit com países produtores de petróleo, como Arábia Saudita e Venezuela, também foi recorde, chegando a US$ 5,6 bilhões.

Projeção anual
No acumulado em cinco meses, o saldo comercial americano é negativo em US$ 231 bilhões, valor superior ao de igual período de 2003, de US$ 208,7 bilhões. Essa diferença reforça a expectativa de analistas de que o déficit de 2004 supere o recorde do ano passado, de US$ 496,5 bilhões.
Por países, o desequilíbrio comercial com a China subiu para US$ 12,1 bilhões, devido ao aumento das importações para US$ 15 bilhões. Já o déficit com o Japão caiu de US$ 6,4 bilhões para US$ 5,5 bilhões de abril para maio.
A balança comercial americana tem sido uma das principais questões na disputa eleitoral americana deste ano para presidente. George W. Bush defende que uma maneira de reduzir o déficit é eliminar barreiras em outros países e abrir seus mercados para bens e serviços americanos.
Já o democrata John Kerry afirma que o atual déficit apenas evidencia que a política de livre comércio de Bush não tem obtido resultados. Ele pede a revisão de acordos existentes e mais proteções ao mercado interno.


Com agências internacionais

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