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Títulos da dívida integram pregão eletrônico europeu
CLÁUDIA DIANNI
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A partir do fim deste mês, títulos da dívida externa do Brasil, já
emitidos, vão passar a integrar
uma plataforma eletrônica de negociação de papéis soberanos cotados em euros, na Europa.
A plataforma, conhecida como
EuroMTS, é a mais importante da
Europa e registra um volume médio de negócios de 25 bilhões
por dia. O Brasil é o terceiro país
em desenvolvimento a integrar o
sistema, depois da África do Sul e
da Turquia.
Para o secretário do Tesouro
Nacional, Joaquim Levy, a inclusão de papéis brasileiros no EuroMTS vai dar mais transparência
à cotação dos títulos, maior liqüidez e mais segurança aos negociadores. Pode ainda melhorar a cotação dos papéis, por causa do
possível aumento da demanda,
como conseqüência da exposição
permanente dos títulos no mercado secundário.
Foram selecionados dois títulos
brasileiros para integrar a plataforma: o Euro 2011, cuja emissão
de 1 bilhão foi feita em janeiro
de 2001, e o euro 2012, emitido em
setembro do ano passado, com o
mesmo valor. Os papéis têm resgates programados para janeiro
de 2011 e fevereiro de 2012.
"A plataforma amplia o universo de investidores porque a negociação se torna mais acessível, o
que ajuda na formação do preço,
porque vai ter mais gente negociando", disse Levy. Segundo ele
explicou, o sistema funciona como uma espécie de pregão eletrônico.
Além de esperar melhorar a cotação dos papéis brasileiros, o governo quer elevar a base de investidores em títulos do país no exterior. De acordo com a Secretaria
do Tesouro, o número médio de
investidores, no exterior, em papéis brasileiros no mercado primário aumentou de cem, em
2001, para 523 neste ano.
Para participar do EuroMTS, o
país interessado tem que obedecer dois critérios: fazer emissões
mínimas de 1 bilhão e garantir
que pelo menos sete instituições
financeiras se interessem por intermediar as negociações.
Oito instituições se interessaram em vender os papéis do Brasil: ABN Amro, Barclays, BNP Paribas, Dresdner, Fortis, J.P. Morgan Securities, Morgan Stanley e
UniCredito Italiano.
Segundo explicou Levy, o custo
da operação de compra dos papéis brasileiros que vão compor a
plataforma eletrônica será reduzido porque um dos critérios utilizados é o de que, no caso de países
não europeus, os bancos têm que
oferecer os papéis a um volume
mínimo de 1 milhão e com
"spread" máximo de 0,75% do
valor da operação.
Dos títulos emitidos por países
em desenvolvimento, os da Rússia, do México, da Colômbia e da
Turquia são os que mais concorrem com o papéis do Brasil, segundo Levy.
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