São Paulo, quinta-feira, 14 de julho de 2005

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Títulos da dívida integram pregão eletrônico europeu

CLÁUDIA DIANNI
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A partir do fim deste mês, títulos da dívida externa do Brasil, já emitidos, vão passar a integrar uma plataforma eletrônica de negociação de papéis soberanos cotados em euros, na Europa.
A plataforma, conhecida como EuroMTS, é a mais importante da Europa e registra um volume médio de negócios de 25 bilhões por dia. O Brasil é o terceiro país em desenvolvimento a integrar o sistema, depois da África do Sul e da Turquia.
Para o secretário do Tesouro Nacional, Joaquim Levy, a inclusão de papéis brasileiros no EuroMTS vai dar mais transparência à cotação dos títulos, maior liqüidez e mais segurança aos negociadores. Pode ainda melhorar a cotação dos papéis, por causa do possível aumento da demanda, como conseqüência da exposição permanente dos títulos no mercado secundário.
Foram selecionados dois títulos brasileiros para integrar a plataforma: o Euro 2011, cuja emissão de 1 bilhão foi feita em janeiro de 2001, e o euro 2012, emitido em setembro do ano passado, com o mesmo valor. Os papéis têm resgates programados para janeiro de 2011 e fevereiro de 2012.
"A plataforma amplia o universo de investidores porque a negociação se torna mais acessível, o que ajuda na formação do preço, porque vai ter mais gente negociando", disse Levy. Segundo ele explicou, o sistema funciona como uma espécie de pregão eletrônico.
Além de esperar melhorar a cotação dos papéis brasileiros, o governo quer elevar a base de investidores em títulos do país no exterior. De acordo com a Secretaria do Tesouro, o número médio de investidores, no exterior, em papéis brasileiros no mercado primário aumentou de cem, em 2001, para 523 neste ano.
Para participar do EuroMTS, o país interessado tem que obedecer dois critérios: fazer emissões mínimas de 1 bilhão e garantir que pelo menos sete instituições financeiras se interessem por intermediar as negociações.
Oito instituições se interessaram em vender os papéis do Brasil: ABN Amro, Barclays, BNP Paribas, Dresdner, Fortis, J.P. Morgan Securities, Morgan Stanley e UniCredito Italiano.
Segundo explicou Levy, o custo da operação de compra dos papéis brasileiros que vão compor a plataforma eletrônica será reduzido porque um dos critérios utilizados é o de que, no caso de países não europeus, os bancos têm que oferecer os papéis a um volume mínimo de 1 milhão e com "spread" máximo de 0,75% do valor da operação.
Dos títulos emitidos por países em desenvolvimento, os da Rússia, do México, da Colômbia e da Turquia são os que mais concorrem com o papéis do Brasil, segundo Levy.


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