A onda de violência que aterroriza o Estado de São Paulo é também reflexo da falta de foco histórico em educação no país. Todos no Brasil deveriam, neste momento, eleger a educação como bandeira nacional para combater a falta de crescimento e de igualdade social que resultam em violência.
A afirmação é do empresário Jorge Paulo Lemann, um dos principais acionistas da cervejaria InBev, resultado da fusão da belga Interbrew com a brasileira AmBev. "Enquanto o Brasil não der prioridade absoluta à educação, nós não vamos andar para a frente no médio e no longo prazo", diz ele.
Lemann, hoje um investidor internacional que viaja pelos quatro cantos do planeta, diz que o Brasil deveria se mirar no exemplo dos outros países. "A China está investindo maciçamente em educação, assim como a Coréia do Sul, que já o faz há muito tempo", diz. "Nós temos de seguir esses exemplos."
O resultado disso se reflete nos números do país. De acordo com Lemann, o Brasil cresceu, nos últimos 15 anos, a um ritmo de 2,1% anuais, um resultado inferior à média dos países da América Latina (sem o Brasil) e abaixo até do dos Estados Unidos. "Isso sem falar dos tigres asiáticos", afirma Lemann. "Nós só fomos melhor do que alguns países africanos. É comprovado, hoje em dia, que ênfase em educação resulta em crescimento."
Para Lemann, só por meio da educação o Brasil irá conseguir atingir igualdade social e estabilidade política. Para isso, no entanto, ele acha necessário que todos se unam em torno dessa bandeira, principalmente neste momento em que se inicia a campanha eleitoral.
A educação, a seu ver, deveria ser a prioridade de todos os candidatos para combater, a médio prazo, a atual situação na qual a violência atinge níveis excessivamente preocupantes.
Lemann, que nesta semana está em viagem de negócios na Europa e raramente concede entrevista, decidiu se manifestar principalmente ao ler as notícias que saem nos jornais europeus a respeito dos ataques de violência em São Paulo. "Essas notícias saem sempre com destaque, e, como eles não entendem direito o país, distorcem a imagem do Brasil", diz.

E-NOTA
Cerca de 80% das empresas brasileiras têm interesse na implantação da nota fiscal eletrônica a curto e médio prazo. O dado está em pesquisa da Associação Brasileira de e-business com 224 empresas de diferentes setores. Entre as vantagens citadas pelas empresas, estão a redução de custos de impressão e a economia na aquisição de papel. Apesar do interesse, o estudo apontou que a maioria (71,8%) não sabe estimar o investimento necessário para a implantação do projeto.

MESA DE CABECEIRA
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso tem recomendado a seus amigos a leitura de "Ilícito" (Jorge Zahar Editor, 340 págs), de Moisés Naím. O livro trata do poder econômico das redes de tráfico de armas, drogas, órgãos, imigrantes, bens falsificados, além do terrorismo e da lavagem de dinheiro, que movimenta o correspondente a 10% do comércio mundial e não se submete ao controle dos Estados. Para ele, o livro tem muita relação com o momento atual.

DECORAÇÃO HYPE
Além de receber grandes nomes da moda brasileira, o SPFW aloja peças de designers como Philippe Starck. A responsável é a Forma, braço de peças assinadas da Giroflex, que cedeu mais de 200 itens para o evento. Após a semana, segundo Lúcio Albuquerque, que dirige as lojas da Forma no país, o foco está nos clientes residenciais.

DEBANDADA
Não são só os jogadores de futebol que escolheram a Europa para morar. O time de brasileiros que está no continente, principalmente no Reino Unido, impressiona. Estão, por exemplo, os irmãos Guilherme e Mário Frering e os economistas André Lara Resende, Persio Arida, Pedro Bodin de Moraes, Bruno Rocha e Luís Orenstein, entre outros. Eles estudam até a possibilidade de abrir uma administradora de investimentos.

ADESÃO NA MODA
O movimento Quero Mais Brasil marca presença na SPFW. Os visitantes do lounge da Abit na Bienal serão orientados sobre como aderir ao movimento e mobilizar a sociedade por transparência nos gastos públicos, redução do juro e investimento em educação.

POSSE
Horacio Lafer Piva, ex-Fiesp, toma posse, na terça, na presidência da Bracelpa.

IRMÃO CAMARADA
Resultado da parceria entre Roberto Carlos e o pecuarista Ivan Fábio Zurita, acabam de nascer seis filhotes de King of Africa, o touro comprado pelo cantor, com matrizes da raça simental da AgroZurita. O rei adquiriu o touro por R$ 768 mil no leilão Inovação realizado pela AgroZurita em 2005. Zurita informa que em breve os bezerros estarão à venda.

COBRE EM ALTA
A indústria de fios e cabos está preocupada. O aumento do preço internacional do cobre -superior a 65%- tem demandado dos produtores capital de giro adicional, o que muitas empresas não dispõe. "As importações aumentam com a falta de capacidade financeira de atender o mercado interno", afirma Sérgio Aredes, presidente do Sindicel.


Próximo Texto: Foco: Brasileiras têm até sábado para se adaptar à SOX
Índice