São Paulo, sábado, 14 de julho de 2007

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Mercado Aberto

GUILHERME BARROS - guilherme.barros@uol.com.br

Governo quer aumentar IOF para barrar capital externo

O governo estuda a possibilidade de aumentar o IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) sobre os recursos estrangeiros que ingressam no país para investimentos de curto prazo. O objetivo é desincentivar a entrada desse dinheiro para tentar conter o processo de valorização do real.
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, já conversou com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre essa alternativa e marcou uma reunião no início da próxima semana com a equipe econômica para avaliar os efeitos dessa medida.
A decisão do governo de adotar medidas fiscais para conter a entrada de investimentos estrangeiros, e assim tentar frear a desvalorização do dólar, foi tomada depois das duras críticas feitas nesta semana pelo governador de São Paulo, José Serra, à atual política monetária e cambial.
Na terça-feira passada, Serra disse, na presença do ministro do Desenvolvimento, Miguel Jorge, que o Brasil vive um "desvario cambial". Ele afirmou ainda que as explicações de que a valorização do real é resultado das forças de mercado não passam de "trololó de economistas para enganar quem não é economista".
O governo chegou a pensar na possibilidade de acabar com a isenção do Imposto de Renda sobre a entrada de investimentos estrangeiros para a compra de títulos públicos, mas a idéia foi barrada por Mantega.
Apesar de ter sido contra a adoção dessa medida, quando presidia o BNDES, na época em que Antonio Palocci estava à frente da Fazenda, Mantega acha que não seria de bom tom revogar uma medida tomada pelo mesmo governo, ainda que tenha sido acatada no primeiro mandato.
O objetivo do governo, ao aumentar o IOF dos investimentos estrangeiros de curto prazo, é reduzir a especulação no país e tentar frear a valorização do real. O dólar, nesta semana, caiu ainda mais, ficando abaixo da barreira do R$ 1,90.
Hoje, a alíquota do IOF para o capital externo aplicado até 90 dias é de 5%, mas o Ministério da Fazenda pode aumentar esse percentual para até 25% por meio de uma simples portaria.
O capital externo é isento da cobrança de IR desde fevereiro de 2006. Antes, os investidores estrangeiros pagavam 15% de IR, enquanto os nacionais recolhem de 15% a 22,5% nas aplicações de renda fixa.
Desde a isenção do IR, os recursos externos aplicados no mercado financeiro mais do que quadruplicaram no Brasil. Só no primeiro semestre deste ano já entraram no país US$ 28,5 bilhões em investimentos externos de curto prazo.

Biblioteca Mário de Andrade ganha anexo em reforma

O contrato para as obras da reforma da Biblioteca Mário de Andrade será assinado na segunda entre a Prefeitura de São Paulo e a Concrejato. Os recursos, do BID e da prefeitura, são de R$ 13,2 milhões.
O projeto, de autoria do escritório Piratininga Arquitetos Associados, aborda manutenção e restauro das fundações, estrutura, instalações elétricas e hidráulica e climatização.
Os itens documentais do acervo da biblioteca já não tinham boas condições de armazenamento.
Em outra fase da obra, a sede da biblioteca será integrada a um anexo, o edifício do Ipesp, cujo projeto, também de responsabilidade do Piratininga, já está concluído, em fase de aprovação.
O anexo abrigará coleção de periódicos, laboratórios de microfilmagem, restauro e encadernação.

NA DIREÇÃO DO VENTO

A marca de roupas esportivas Doox, da Dell'Erba, vai participar da Semana Internacional de Vela de Ilhabela, neste mês. A marca será patrocinadora do barco Crystal - Inebrás/ Doox. Ela fornecerá os uniformes para a equipe, composta por seis mulheres. A ação, segundo Ricardo Dell'Erba, diretor comercial da marca, foi escolhida pela afinidade da Doox com o público feminino. "A marca traz referências da moda e isso é importante para a mulher de hoje", diz. Em agosto, a Doox participa da segunda edição da feira do segmento, Running Show, e dará destaque para as peças femininas.

CHAMADA
Enrique Ussher, presidente da Motorola no Brasil, assumiu a presidência da empresa na área de celulares para a América Latina.

ESPETO
A rede de churrascarias Fogo de Chão completa, em agosto, dez anos de presença nos EUA e terá dez casas no país até novembro.

GELADA
A Cervejaria Petrópolis está prestes a comprar a Premium, do grupo Aralco, detentor de três usinas de álcool e açúcar no interior de São Paulo. Inaugurada em 2005, em Frutal (Minas Gerais), a empresa custou R$ 68 milhões para ser construída. Tem como principal marca a cerveja Fass Pilsen, com graduação alcoólica de 4,8%, voltada para o público feminino. A cervejaria atua nos mercados do interior de São Paulo, de Minas Gerais, de Goiás e de Mato Grosso do Sul.

NO PONTO
Abrigos de ônibus com sistema de energia solar estão sendo instalados no Rio para o Pan-Americano. A ação é da Cemusa, administradora de parte do mobiliário urbano da capital fluminense, em parceria com a Petrobras. Os equipamentos serão instalados em pontos próximos aos locais dos jogos. Normalmente abastecidos pela energia dos postes de luz, os painéis publicitários dos abrigos terão iluminação noturna de energia solar acumulada durante o dia.


com ISABELLE MOREIRA LIMA e JOANA CUNHA


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