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SP vai confiscar combustível adulterado
Leis prevêem que produto apreendido abasteça carros do governo e alíquota maior e multa para solvente em gasolina irregular
Governador sanciona
projetos; nos últimos
três meses, índice de
adulteração no Estado
foi de 4,2%, segundo a ANP
SIMONE CUNHA
COLABORAÇÃO PARA FOLHA
Além de reduzir a sonegação
do ICMS sobre os combustíveis, que leva R$ 200 milhões
por ano dos cofres, o governo
do Estado de São Paulo deve lucrar com a apreensão do combustível adulterado. É o que
prevêem as duas leis relativas à
fiscalização do produto sancionadas ontem pelo governador
José Serra.
A "Lei do Perdimento", que
aumenta o poder de punição do
Procon (Fundação de Proteção
e Defesa do Consumidor) em
casos de irregularidade nos
combustíveis, facilita o perdimento -ou que o produto
apreendido seja "incorporado
ao patrimônio do Estado".
Na prática, se comprovada a
adulteração, o combustível será
recuperado e utilizado pelo governo no abastecimento de carros de polícias, por exemplo.
A outra, chamada de "Lei da
Presunção", aumenta o ICMS
(Imposto sobre Circulação de
Mercadorias e Serviços) sobre
o solvente contido na gasolina
adulterada, impondo a alíquota
da gasolina, de 25%, e não a do
solvente, que é de 18%.
O apelido da lei vem da cobrança de um imposto diferente do que incide sobre o produto. Ela também prevê multa de
200% do ICMS para infratores.
A recuperação prevista na
"Lei do Perdimento" será feita
pelo Sindicom (Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis e de Lubrificantes). Segundo Wellington Sandim, diretor do sindicato, a entidade vai devolver ao
Estado a quantia exata que lhe
foi repassada, arcando com os
custos da recuperação e ainda
ressarcindo o governo caso a
recuperação produza menos
combustível que o recebido.
"Faremos isso porque o custo
com a sonegação é muito maior
e ganharemos com o aumento
da margem, já que os fraudadores não pressionarão os preços." Ele não informou as margens das distribuidoras nem
quanto podem subir.
Em 2005, época da apresentação dos projetos, o governo
justificou que a adulteração de
gasolina aumentava no Estado.
Segundo a ANP (Agência Nacional do Petróleo), o índice
caiu de 5,6% para 4,2% no últimos três meses.
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