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Caso Rio Tinto eleva tensão entre China e Austrália
Governo australiano decide convocar embaixador chinês
DA REDAÇÃO
O governo da Austrália convocou o embaixador chinês no
país para consulta sobre a prisão de quatro funcionários da
mineradora Rio Tinto pelas autoridades do país asiático há
cerca de dez dias, entre eles um
cidadão australiano.
Com a pressão da oposição
crescendo sobre o governo para
que tome ações mais contundentes, o ministro das Relações
Exteriores, Stephen Smith,
afirmou que o embaixador chinês já conversou três vezes com
as autoridades australianas
desde a segunda-feira da semana passada, um dia depois da
prisão dos funcionários, que teriam subornado executivos de
siderúrgicas para obter informações confidenciais.
O ministro das Finanças,
Lindsay Tanner, afirmou que
não tinha condições de confirmar as informações de que o
presidente chinês, Hu Jintao,
teria apoiado a investigação sobre os funcionários da mineradora de origem anglo-australiana. Segundo o jornal "Sydney
Morning Herald", o aval de Hu
demonstra mudanças na forma
como o governo chinês administra a sua economia, com espiões e agentes de segurança
sendo promovidos para órgãos
de decisões estratégicas.
O governo chinês até o momento falou muito pouco sobre
o assunto, mas crescem as
preocupações de que o caso seja uma retaliação depois que a
Rio Tinto desistiu de um acordo de US$ 19,5 bilhões com a
estatal Chinalco, em que a empresa ampliaria sua participação no controle da mineradora.
Nos últimos meses, as empresas chinesas vêm aumentando seus investimentos no
exterior, especialmente em
matérias-primas como minério
de ferro e petróleo.
Os quatro funcionários da
Rio Tinto teriam corrompido
executivos de siderúrgicas chinesas para conseguir dados relacionados com o mercado de
minério de ferro.
A commodity é uma das principais fontes de receita da mineradora, que está há alguns
meses envolvida, ao lado da Vale e da BHP Billiton, nas negociações sobre o preço do minério para a China neste ano, em
uma discussão mais acirrada
que o normal.
Além dos funcionários da mineradora, as autoridades chinesas teriam prendido ou interrogado ao menos sete executivos de siderúrgicas do país,
segundo a imprensa estatal.
"Toda a indústria está em estado de choque neste momento", disse o analista do setor de
siderurgia Paul Bartholomew,
que vive em Xangai. "Existe
uma sensação de medo."
Com agências internacionais e o "New York Times"
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