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Setor pede "agilidade e presença" do governo
DA REDAÇÃO
O setor de suinocultura não
sofre redução de preços apenas
por falta de consumo interno,
mas também pela não abertura
de novos mercados externos,
na avaliação de Pedro de Camargo Neto, presidente da Abipecs (associação dos produtores e exportadores).
Ele atribui a não abertura de
novos mercados à falta de agilidade do Ministério da Agricultura. "Parece que a crise atual
não tem nada a ver com eles
[governo]." Essa falta de agilidade compromete a abertura
de novos mercados porque as
ações não dependem mais do
campo técnico, mas apenas de
"um empurrão político".
O Brasil deve exportar 600
mil toneladas neste ano, volume sobre o qual patina há quatro anos, diz Camargo. Mercados como os da China e das Filipinas, embora continuem importando de outros países, excluem o Brasil. "O governo tem
de se fazer mais presente."
"O setor precisa entender
que um acordo com outro país é
um trabalho delicado, árduo e
demorado", diz o ministro Reinhold Stephanes, "Não ocorre
no ritmo do vendedor, mas sim
no do comprador", diz ele.
Camargo Neto atribui a queda de preços também à maior
oferta de carne, provocada pela
maior produtividade no setor,
principalmente devido a avanços tecnológicos. A maior oferta interna e a não abertura de
novos mercados externos vão
cada vez mais acentuar os problemas no setor, diz ele.
Armando Barreto Carneiro,
produtor mineiro de Ponte Nova, concorda com Camargo. O
produtor diz que a depreciação
dos preços no setor passam não
apenas pela gripe, mas também
pela maior oferta interna e pelo
mercado internacional.
Na avaliação de Carneiro,
que também é diretor comercial da Associação dos Suinocultores do Vale do Piranga, é
necessária a criação de mecanismos para a elevação do consumo interno, de apenas 13 quilos anuais por habitante.
Wolmir de Souza, produtor e
presidente da Associação Catarinense de Criadores de Suínos,
diz que o fator gripe é determinante para a queda de consumo, que estima em 30% após a
crise econômica mundial e o
surgimento da A (H1N1).
Ele atribui, no entanto, a
questão cambial como um dos
principais entraves ao setor.
"As exportações do país podem
até crescer, mas o dólar nesse
patamar não consegue remunerar o produto."
O custo médio de produção
em Santa Catarina (maior produtor nacional), está em R$
2,35 por quilo, para uma remuneração de apenas R$ 1,60. Esse desequilíbrio entre custo e
remuneração faz os produtores
perderem de R$ 80 a R$ 90 por
animal, diz ele.
As exportações cresceram
9% no primeiro semestre em
relação a igual período de 2008,
mas os preços médios caíram
25% em dólar, diz a Secex.
(MZ)
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