|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
COMÉRCIO EXTERIOR
Ministro Luiz Furlan revê estimativa pela 3ª vez e agora espera exportações de US$ 90 bi em 2004
Governo já prevê superávit de US$ 30 bi
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Os resultados da balança comercial nas últimas semanas levaram o ministro do Desenvolvimento, Luiz Fernando Furlan, a
rever para cima, pela terceira vez
no ano, as previsões de exportação e de saldo comercial de 2004.
Segundo Furlan, as vendas externas devem chegar a US$ 90 bilhões em 2004, US$ 2 bilhões a
mais do que na estimativa anterior. O saldo comercial esperado,
por sua vez, subiu para US$ 30 bilhões. A estimativa de importação
foi mantida em US$ 60 bilhões.
"Diante dos bons resultados de
julho e meados de agosto, nós estamos revendo a meta de exportação deste ano de US$ 88 bilhões
para US$ 90 bilhões e a perspectiva de superávit de US$ 28 bilhões
para US$ 30 bilhões", afirmou o
ministro, após apresentar os dados ao presidente Lula.
Se os números do ministro se
confirmarem, as exportações deste ano vão superar em 23,15% as
do ano passado, quando o Brasil
vendeu para o exterior US$ 73,084
bilhões. O saldo comercial, por
sua vez, será 20,85% maior do que
o de 2003 (US$ 24,824 bilhões).
As novas metas de Furlan deverão ser cumpridas mesmo que o
desempenho da balança nos próximos meses seja menos robusto
do que o dos primeiros sete meses
do ano. Até julho, as exportações
brasileiras cresceram 33,7% com
relação ao mesmo período de
2003. O saldo comercial acumulado entre agosto de 2003 e julho
deste ano supera US$ 30 bilhões.
"Toda a cadeia produtiva de
aço, que envolve automóveis, máquinas e equipamentos, inclusive
a linha branca, tudo isso está respondendo positivamente. O Brasil é um país industrializado."
Segundo ele, o câmbio estável
deu segurança para as empresas
planejarem vendas no longo prazo, o que ajudou na exportação. O
ministro disse que houve uma
mudança cultural nas empresas:
"Elas estão empenhadas em conquistar o mercado internacional,
independentemente da temperatura do mercado interno".
Surpreendente
O desempenho da balança comercial surpreende o próprio governo. No início do ano, Furlan
afirmava que o superávit comercial de 2004 deveria ser menor que
o de 2003, pois havia a expectativa
de uma aumento acelerado das
importações. Ele estimava à época exportações de US$ 80 bilhões.
As compras do exterior de fato
cresceram, mas menos do que as
vendas. Se o país importar US$ 60
bilhões, será o maior volume de
compras da história. O recorde
atual é de 1997, quando o país
comprou US$ 59,741 bilhões do
exterior. A diferença é que, naquele ano, as importações superaram as exportações em US$ 6,747
bilhões.
"Com a nova estimativa de US$
90 bilhões, as exportações se
aproximam cada vez mais da expectativa inicial do ministro Furlan, anunciada nos primeiros meses de governo, de chegar aos US$
100 bilhões até o final de 2006", informa nota do Ministério do Desenvolvimento.
Neste ano, em todos os meses, o
governo anunciou algum recorde
na balança comercial. Em agosto,
não deverá ser diferente. Segundo
Furlan, as vendas deste mês podem passar de US$ 9 bilhões. Será
a segunda vez na história que as
exportações vão atingir esse volume. O recorde atual é de junho
deste ano: US$ 9,327 bilhões.
Texto Anterior: O vaivém das commodities Próximo Texto: Frase Índice
|