São Paulo, sábado, 14 de agosto de 2004

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COMÉRCIO EXTERIOR

Ministro Luiz Furlan revê estimativa pela 3ª vez e agora espera exportações de US$ 90 bi em 2004

Governo já prevê superávit de US$ 30 bi

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Os resultados da balança comercial nas últimas semanas levaram o ministro do Desenvolvimento, Luiz Fernando Furlan, a rever para cima, pela terceira vez no ano, as previsões de exportação e de saldo comercial de 2004.
Segundo Furlan, as vendas externas devem chegar a US$ 90 bilhões em 2004, US$ 2 bilhões a mais do que na estimativa anterior. O saldo comercial esperado, por sua vez, subiu para US$ 30 bilhões. A estimativa de importação foi mantida em US$ 60 bilhões.
"Diante dos bons resultados de julho e meados de agosto, nós estamos revendo a meta de exportação deste ano de US$ 88 bilhões para US$ 90 bilhões e a perspectiva de superávit de US$ 28 bilhões para US$ 30 bilhões", afirmou o ministro, após apresentar os dados ao presidente Lula.
Se os números do ministro se confirmarem, as exportações deste ano vão superar em 23,15% as do ano passado, quando o Brasil vendeu para o exterior US$ 73,084 bilhões. O saldo comercial, por sua vez, será 20,85% maior do que o de 2003 (US$ 24,824 bilhões).
As novas metas de Furlan deverão ser cumpridas mesmo que o desempenho da balança nos próximos meses seja menos robusto do que o dos primeiros sete meses do ano. Até julho, as exportações brasileiras cresceram 33,7% com relação ao mesmo período de 2003. O saldo comercial acumulado entre agosto de 2003 e julho deste ano supera US$ 30 bilhões.
"Toda a cadeia produtiva de aço, que envolve automóveis, máquinas e equipamentos, inclusive a linha branca, tudo isso está respondendo positivamente. O Brasil é um país industrializado."
Segundo ele, o câmbio estável deu segurança para as empresas planejarem vendas no longo prazo, o que ajudou na exportação. O ministro disse que houve uma mudança cultural nas empresas: "Elas estão empenhadas em conquistar o mercado internacional, independentemente da temperatura do mercado interno".

Surpreendente
O desempenho da balança comercial surpreende o próprio governo. No início do ano, Furlan afirmava que o superávit comercial de 2004 deveria ser menor que o de 2003, pois havia a expectativa de uma aumento acelerado das importações. Ele estimava à época exportações de US$ 80 bilhões.
As compras do exterior de fato cresceram, mas menos do que as vendas. Se o país importar US$ 60 bilhões, será o maior volume de compras da história. O recorde atual é de 1997, quando o país comprou US$ 59,741 bilhões do exterior. A diferença é que, naquele ano, as importações superaram as exportações em US$ 6,747 bilhões.
"Com a nova estimativa de US$ 90 bilhões, as exportações se aproximam cada vez mais da expectativa inicial do ministro Furlan, anunciada nos primeiros meses de governo, de chegar aos US$ 100 bilhões até o final de 2006", informa nota do Ministério do Desenvolvimento.
Neste ano, em todos os meses, o governo anunciou algum recorde na balança comercial. Em agosto, não deverá ser diferente. Segundo Furlan, as vendas deste mês podem passar de US$ 9 bilhões. Será a segunda vez na história que as exportações vão atingir esse volume. O recorde atual é de junho deste ano: US$ 9,327 bilhões.


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