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Turbulência não abala projeções
do mercado
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Apesar das turbulências
enfrentadas pelos mercados
financeiros nas últimas semanas, analistas consultados
pelo Banco Central na sexta-feira passada revisaram para
cima as suas projeções para a
economia brasileira, num sinal de que, pelo menos por
enquanto, existe confiança
nos agentes do mercado nacional de que a crise não deve
afetar o Brasil de forma significativa.
Foram entrevistados cerca
de cem analistas de bancos e
consultorias. Segundo a pesquisa, a estimativa para o
crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) deste ano,
por exemplo, foi elevada para
4,60%, contra 4,51% do levantamento da semana anterior.
A projeção para a taxa de
câmbio também foi alterada.
Por um lado, a expectativa
dos analistas é a de que o dólar chegue ao final deste mês
cotado a R$ 1,88, contra R$
1,86 da pesquisa anterior.
Ainda assim, essa estimativa
considera que a moeda dos
EUA, ontem negociada a R$
1,943, ainda vai se desvalorizar nas próximas semanas.
Considerando um prazo
mais longo, as perspectivas
para o câmbio são de maior
fortalecimento do real. Os
analistas consultados pelo
BC reduziram de R$ 1,87 para R$ 1,85 suas projeções para a cotação do dólar no final
de 2007.
Para o economista-chefe
da Austin Ratings, Alex
Agostini, o resultado da pesquisa do BC mostra que, para
a maior parte dos analistas, a
instabilidade observada recentemente deve ser temporária. "A maioria dos analistas acredita que é temporário, focado no mercado imobiliário nos Estados Unidos.
As perspectivas de médio e
longo prazos estão mantidas", afirma.
Bolsas de todo o mundo
têm sofrido perdas por causa
dos problemas de inadimplência observados em financiamentos imobiliários
de alto risco nos Estados
Unidos.
Como o nível de consumo
dos norte-americanos está,
entre outros fatores, ligado
ao valor de seus imóveis
-muitas pessoas hipotecam
suas casas para financiar
suas compras-, o receio dos
investidores é que o efeito
desses calotes não se restrinja apenas aos mercados financeiros, mas atinjam também a economia real.
Confirmados os números
da pesquisa feita pelo BC na
sexta-feira, a economia real
do Brasil não deve sofrer
com as turbulências dos
mercados.
A projeção para o crescimento da produção industrial neste ano foi elevada de
4,55% para 4,76%, e a estimativa para o ingresso de investimento estrangeiro direto no país subiu, de US$ 25 bilhões para US$ 27 bilhões.
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