São Paulo, terça-feira, 14 de agosto de 2007

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Turbulência não abala projeções do mercado

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Apesar das turbulências enfrentadas pelos mercados financeiros nas últimas semanas, analistas consultados pelo Banco Central na sexta-feira passada revisaram para cima as suas projeções para a economia brasileira, num sinal de que, pelo menos por enquanto, existe confiança nos agentes do mercado nacional de que a crise não deve afetar o Brasil de forma significativa.
Foram entrevistados cerca de cem analistas de bancos e consultorias. Segundo a pesquisa, a estimativa para o crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) deste ano, por exemplo, foi elevada para 4,60%, contra 4,51% do levantamento da semana anterior.
A projeção para a taxa de câmbio também foi alterada. Por um lado, a expectativa dos analistas é a de que o dólar chegue ao final deste mês cotado a R$ 1,88, contra R$ 1,86 da pesquisa anterior. Ainda assim, essa estimativa considera que a moeda dos EUA, ontem negociada a R$ 1,943, ainda vai se desvalorizar nas próximas semanas.
Considerando um prazo mais longo, as perspectivas para o câmbio são de maior fortalecimento do real. Os analistas consultados pelo BC reduziram de R$ 1,87 para R$ 1,85 suas projeções para a cotação do dólar no final de 2007.
Para o economista-chefe da Austin Ratings, Alex Agostini, o resultado da pesquisa do BC mostra que, para a maior parte dos analistas, a instabilidade observada recentemente deve ser temporária. "A maioria dos analistas acredita que é temporário, focado no mercado imobiliário nos Estados Unidos. As perspectivas de médio e longo prazos estão mantidas", afirma.
Bolsas de todo o mundo têm sofrido perdas por causa dos problemas de inadimplência observados em financiamentos imobiliários de alto risco nos Estados Unidos.
Como o nível de consumo dos norte-americanos está, entre outros fatores, ligado ao valor de seus imóveis -muitas pessoas hipotecam suas casas para financiar suas compras-, o receio dos investidores é que o efeito desses calotes não se restrinja apenas aos mercados financeiros, mas atinjam também a economia real.
Confirmados os números da pesquisa feita pelo BC na sexta-feira, a economia real do Brasil não deve sofrer com as turbulências dos mercados.
A projeção para o crescimento da produção industrial neste ano foi elevada de 4,55% para 4,76%, e a estimativa para o ingresso de investimento estrangeiro direto no país subiu, de US$ 25 bilhões para US$ 27 bilhões.


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