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"A esta altura, já estaríamos no FMI", diz Mantega
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse ontem que o
Brasil nunca esteve tão preparado para enfrentar adversidades no mercado financeiro e citou, como argumento, atitudes
tomadas em outras crises.
"Antigamente, a esta altura, o
ministro da Fazenda já teria ligado para o FMI para garantir a
benevolência em caso de necessidade", disse. "Quem poderia
imaginar que um ministro da
Fazenda [brasileiro] falaria em
crescimento sustentável enquanto os bancos centrais da
União Européia e dos EUA estão injetando liquidez nos mercados?", perguntou.
Mantega fez essas afirmações ontem, na cerimônia de
entrega do Prêmio Valor 1000-2007, que homenageou empresas de destaque na economia
em 27 setores de atividade. O
grande prêmio foi para a WEG,
na categoria mecânica.
Na visão do ministro, se a
atual turbulência não afetar a
inflação, não haverá por que alterar o ritmo de queda dos juros. Segundo ele, a decisão do
Banco Central virá do acompanhamento de preços do mercado e até o momento não houve
nenhuma pressão inflacionária. Ele citou o IPCA (Índice de
Preços ao Consumidor Amplo)
de julho, que, com 0,24%, ficou
dentro das previsões, e a previsão de mercado do relatório
Focus, que subiu de 3,6% para
3,7% e se manteve "muito abaixo do centro da meta".
Mantega disse não ver relação entre investimento interno
no Brasil e a atual turbulência
do mercado. "O investimento
que ocorre hoje tem como principal objetivo o robusto mercado de consumo no setor automobilístico, de alimentos, que
estão crescendo a uma taxa acima de 10% ao ano."
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