DA SUCURSAL DO RIO

Para a Petrobras, as descobertas de óleo e gás do pré-sal têm grandes chances de serem, na verdade, um só megacampo gigante, o que demandará um acordo com os sócios privados para redistribuir a participação deles nessa nova megarreserva.
Segundo o coordenador de estratégia de exploração e produção da estatal, Eduardo Molinari, existem "bons indícios" de que se trata de reserva contínua. Até agora, a estatal já perfurou 17 poços no pré-sal e realizou 9 descobertas.
"As sísmicas atuais que temos mostram que existe boa continuidade. A gente quer avaliar melhor, e por isso faremos um novo trabalho."
Uma nova sísmica com resolução mais avançada já foi contratada e permitirá avaliar melhor a questão. Mesmo que seja um único campo, o cronograma do desenvolvimento da área de Tupi está mantido, segundo ele.
A estatal voltará a trabalhar na perfuração já realizada para preparar o teste de produção de longa duração na área, previsto para março de 2009. Inicialmente, serão produzidos 30 mil barris por dia. Paralelamente, estão em curso estudos sísmicos em Tupi e Iara, campo descoberto na semana passada, para avaliar se os dois correspondem a uma só reserva.
A estatal ainda opera duas sondas de perfuração no pré-sal da bacia de Santos -nas descoberta de Iara e Júpiter-, mas serão deslocadas para a bacia de Campos e do Jequitinhonha (Bahia) no próximo mês.
Desse modo, a companhia "encerra os programas mínimos exploratórios" dos blocos do pré-sal, segundo o diretor financeiro da Petrobras, Almir Barbassa.
Havia na Petrobras o receio de não cumprir as exigências. Por isso, a estatal empreendeu uma corrida contra o tempo, alocando sondas de outras regiões para a bacia de Santos com o objetivo de não ter de devolver as áreas à ANP, que posteriormente poderia lavá-las novamente a leilão.
A Petrobras detalhou seu programa de contratação de sondas nos próximos anos: serão 6 neste, 9 em 2009 e 7 em 2010 -quase todas vindas do exterior e já para atender à demanda do pré-sal. De 2011 a 2017, entrarão em operação mais 41 (hoje são 28).

Gás
Molinari disse ainda que a oferta de gás no mercado do Sudeste chegará a 40 milhões de metros cúbicos/dia, com o início da produção dos campos de Lagosta (Santos), Canapu e Camarupim (Espírito Santo) neste ano. Esses campos elevarão a disponibilidade de gás em 10 milhões de metros. Hoje, a oferta está na faixa de 25 milhões, sem contar os 30 milhões importados da Bolívia. (PS)


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