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BB expande crédito, tem menos calote e lucra R$ 4 bi
Direção do Banco do Brasil festeja volta à liderança do setor financeiro em ativos
Instituição supera Itaú Unibanco em R$ 2,4 bi em ativos, mas seu lucro no 1º semestre aumenta apenas 0,55% em relação a 2008
FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
O Banco do Brasil comemorou o retorno ao topo do ranking de maior banco do país.
Mas, no que se refere a lucro
conquistado, ficou atrás de seus
concorrentes privados. No primeiro semestre do ano, o BB
reportou lucro de R$ 4,014 bilhões, um aumento de apenas
0,55% em relação ao mesmo
período de 2008. O Bradesco
registrou R$ 4,020 bilhões. E o
Itaú Unibanco apresentou lucro de R$ 4,586 bilhões.
"Para nós, é motivo de extrema satisfação, de alegria, voltar
à liderança", afirmou o presidente do BB, Aldemir Bendine.
Encerrado o primeiro semestre, o BB computava ativos totais de R$ 598,8 bilhões, superando os R$ 596,4 bilhões registrados pelo Itaú Unibanco.
O balanço do BB mostrou
claramente os reflexos da decisão do governo de utilizar os
bancos públicos como instrumento de fomento do crédito.
Enquanto as carteiras dos gigantes privados encolheram
entre março e junho, com as
instituições temerosas em relação ao crescente risco de calote,
o BB registrou expansão relevante, de 4,4%, alcançando
R$ 252,5 bilhões. Em 12 meses,
o aumento da carteira de crédito chegou a 32,8%.
A expansão da carteira destinada à pessoa física é ainda
mais impressionante: 69% desde junho de 2008.
"O BB adotou a estratégia
correta ao dar um voto de confiança ao país e trabalhar para o
destravamento do crédito", disse o presidente do BB.
Mais do que a simples continuidade no crescimento do crédito, o BB mostrou recuo na
inadimplência, em sentido
contrário ao experimentado
pelos seus concorrentes.
Os atrasos acima de 90 dias
no segmento de pessoa física
recuaram de 5,9% em março
para 5,7% no fim do segundo
trimestre. A média da inadimplência do sistema financeiro
nessa categoria ficou em 8,6%
no segundo trimestre.
Aproveitar o espaço
"O resultado do BB ilustra a
atitude do governo de usar os
bancos públicos para ocupar os
espaços deixados pelos privados após a crise. O crescimento
da carteira do BB foge do ritmo
que observamos nos grandes
privados. Agora que o BB exerceu essa atividade anticíclica,
vamos ver como os privados
vão se comportar", disse Luis
Miguel Santacreu, analista da
consultoria Austin Rating.
Além de buscar manter a
oferta de crédito, o governo federal tem mostrado preocupação com a manutenção do
"spread" em níveis elevados. O
"spread" se refere à diferença
entre os juros que os bancos pagam para captar dinheiro no
mercado e a taxa cobrada nos
empréstimos que concedem.
No caso do Banco do Brasil,
houve pequeno aumento do
"spread" à pessoa física entre
março e junho, de 20,5% para
21,2%. Na comparação com junho de 2008, quando estava em
23,4%, houve queda expressiva.
Com a continuidade na expansão do crédito e a conjuntura econômica pouco favorável,
o BB não teve como escapar de
elevar suas provisões para liquidação duvidosa -recursos
separados para compensar
possíveis calotes futuros. A
provisão total subiu 29,9% no
ano e alcançou R$ 17,7 bilhões.
No segundo trimestre, o lucro líquido do banco alcançou
R$ 2,348 bilhões. Nesse período, eventos extraordinários
turbinaram o resultado -como
a venda da participação na VisaNet, que gerou R$ 1,4 bilhão.
Segundo estudo da Economática, o BB apareceu como o
mais rentável banco da América no primeiro semestre, com
rentabilidade média sobre o
patrimônio de 12,9%. Na segunda posição, o Bradesco apareceu com 11,2%.
A ação ON do BB subiu 2,37%
no pregão da Bolsa de ontem.
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