São Paulo, sexta-feira, 14 de agosto de 2009

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França e Alemanha saem da recessão

Após quatro trimestres seguidos de queda, países crescem de abril a junho e ajudam zona do euro a desacelerar contração

Autoridades temem que o avanço no continente daqui para a frente seja lento, com a taxa de desemprego continuando a crescer

DA REDAÇÃO

A Alemanha e a França, as duas maiores economias da zona do euro, voltaram a crescer após quatro trimestres consecutivos de queda, sinalizando que o bloco começa a se estabilizar da pior crise em mais de 60 anos. Com isso, o PIB da região de 16 países encolheu de abril a junho no menor ritmo desde que a crise teve início, no segundo trimestre de 2008.
O crescimento de Alemanha e França surpreendeu analistas, que esperavam que elas continuassem a se contrair, e foi uma injeção de ânimo para o bloco, já que a expectativa era que a região só voltaria a ver crescimento a partir de 2010.
A retomada do PIB da zona do euro foi puxada em grande parte pelo aumento dos gastos estatais e dos consumidores e pela alta nas exportações, com a economia global dando sinais de que recuperou o ânimo para gastar. A queda nas importações (que tem um impacto positivo no PIB) também ajudou para que a contração na região se desacelerasse para 0,1% em relação aos primeiros três meses deste ano -o quinto trimestre seguido de baixa.
Porém, é preciso levar em conta que a desaceleração da recessão se deu ainda porque a queda nos dois trimestres anteriores havia sido muito profunda -portanto, a recuperação se deu em níveis baixos. Para ter uma ideia, o PIB está no menor patamar desde o primeiro trimestre de 2006. Por isso, na comparação com o segundo trimestre de 2008, a queda foi muito maior: 4,6%.
Outro ponto a ser considerado é que, apesar da previsão de que o bloco sairá da recessão no atual trimestre, o ritmo deverá ser lento, o que significa que a economia vai demorar para retomar o patamar de outrora.
Foi isso que disse o ministro da Economia alemão, Karl-Theodor zu Guttenberg. Para ele, "não existe espaço para euforia porque ainda há um longo caminho para que vejamos a economia de volta ao nível que estava no ano passado".
Além disso, existe o temor de que o desemprego na zona do euro (hoje no maior nível em dez anos) cresça mais, o que, teoricamente, significa que os consumidores cortarão gastos, prejudicando a retomada.
E, se Alemanha e França voltaram a crescer, Itália, Espanha e Holanda continuam a preocupar. Levando em conta os 27 países da União Europeia, o temor se estende para as ex-repúblicas soviéticas e para o Reino Unido, que desapontou ao encolher 0,8% no segundo trimestre deste ano.

Alemanha
O principal motor da economia europeia teve o primeiro crescimento desde o início de 2008. O avanço, divulgado a seis semanas das eleições, foi puxado pelos US$ 121 bilhões (algo como 3% do PIB alemão) de gastos estatais e pelo alta no consumo. A queda nas importações e o setor de construção também colaboraram.

França
O aumento nas exportações e o recuo de produtos vindos do exterior foram os principais motivos para o avanço, comemorado pela ministra das Finanças, Christine Lagarde: "A França está se diferenciando claramente dos seus vizinhos."

Itália
Ao contrário da vizinha, a Itália continuou a patinar pelo quinto semestre seguido. Os segmentos de agricultura, indústria e serviços foram os que mais contribuíram para o recuo, apesar das iniciativas de estímulo pelo governo.


Com o "Financial Times" e agências internacionais


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