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França e Alemanha saem da recessão
Após quatro trimestres seguidos de queda, países crescem de abril a junho e ajudam zona do euro a desacelerar contração
Autoridades temem que o avanço no continente daqui para a frente seja lento, com a taxa de desemprego continuando a crescer
DA REDAÇÃO
A Alemanha e a França, as
duas maiores economias da zona do euro, voltaram a crescer
após quatro trimestres consecutivos de queda, sinalizando
que o bloco começa a se estabilizar da pior crise em mais de
60 anos. Com isso, o PIB da região de 16 países encolheu de
abril a junho no menor ritmo
desde que a crise teve início, no
segundo trimestre de 2008.
O crescimento de Alemanha
e França surpreendeu analistas, que esperavam que elas
continuassem a se contrair, e
foi uma injeção de ânimo para o
bloco, já que a expectativa era
que a região só voltaria a ver
crescimento a partir de 2010.
A retomada do PIB da zona
do euro foi puxada em grande
parte pelo aumento dos gastos
estatais e dos consumidores e
pela alta nas exportações, com
a economia global dando sinais
de que recuperou o ânimo para
gastar. A queda nas importações (que tem um impacto positivo no PIB) também ajudou
para que a contração na região
se desacelerasse para 0,1% em
relação aos primeiros três meses deste ano -o quinto trimestre seguido de baixa.
Porém, é preciso levar em
conta que a desaceleração da
recessão se deu ainda porque a
queda nos dois trimestres anteriores havia sido muito profunda -portanto, a recuperação se
deu em níveis baixos. Para ter
uma ideia, o PIB está no menor
patamar desde o primeiro trimestre de 2006. Por isso, na
comparação com o segundo trimestre de 2008, a queda foi
muito maior: 4,6%.
Outro ponto a ser considerado é que, apesar da previsão de
que o bloco sairá da recessão no
atual trimestre, o ritmo deverá
ser lento, o que significa que a
economia vai demorar para retomar o patamar de outrora.
Foi isso que disse o ministro
da Economia alemão, Karl-Theodor zu Guttenberg. Para
ele, "não existe espaço para euforia porque ainda há um longo
caminho para que vejamos a
economia de volta ao nível que
estava no ano passado".
Além disso, existe o temor de
que o desemprego na zona do
euro (hoje no maior nível em
dez anos) cresça mais, o que,
teoricamente, significa que os
consumidores cortarão gastos,
prejudicando a retomada.
E, se Alemanha e França voltaram a crescer, Itália, Espanha
e Holanda continuam a preocupar. Levando em conta os 27
países da União Europeia, o temor se estende para as ex-repúblicas soviéticas e para o Reino Unido, que desapontou ao
encolher 0,8% no segundo trimestre deste ano.
Alemanha
O principal motor da economia europeia teve o primeiro
crescimento desde o início de
2008. O avanço, divulgado a
seis semanas das eleições, foi
puxado pelos US$ 121 bilhões
(algo como 3% do PIB alemão)
de gastos estatais e pelo alta no
consumo. A queda nas importações e o setor de construção
também colaboraram.
França
O aumento nas exportações e
o recuo de produtos vindos do
exterior foram os principais
motivos para o avanço, comemorado pela ministra das Finanças, Christine Lagarde: "A
França está se diferenciando
claramente dos seus vizinhos."
Itália
Ao contrário da vizinha, a
Itália continuou a patinar pelo
quinto semestre seguido. Os
segmentos de agricultura, indústria e serviços foram os que
mais contribuíram para o recuo, apesar das iniciativas de
estímulo pelo governo.
Com o "Financial Times" e agências internacionais
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