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GOVERNO
Para o presidente do Banco Central, divulgação do Orçamento em 31 de agosto pode sanar dúvidas
País vive turbulência, reconhece Fraga
VANESSA ADACHI
da Reportagem Local
Armínio Fraga, presidente do
Banco Central, afirmou ontem
que o Brasil vive um momento de
turbulência. "Isso não é segredo.
Muitos têm dúvidas em relação a
vários aspectos da economia do
país", disse.
Segundo Fraga, isso tem se refletido nas altas do dólar e dos juros no mercado futuro. Entretanto, o presidente do BC se mostra
otimista e avalia que essas altas
podem ser revertidas.
Para ele, há dúvidas tanto no
ambiente interno quanto no externo. Dentro do país, ele citou
como uma das principais a preocupação com a capacidade de se
manter o ajuste fiscal no ano 2000.
"A divulgação do Orçamento em
31 de agosto vai sanar essas dúvidas. Será um Orçamento realista e
que já embute a meta de superávit
primário para o próximo ano."
Outra área que gera apreensão
no mercado, segundo ele, é a
agenda do Congresso. "O Congresso continuará discutindo e
votando os assuntos importantes", disse ele, acrescentando que
essa é sua percepção a partir de
conversas com parlamentares.
Fraga defendeu prioridade à
discussão sobre os impostos federais na reforma tributária. "É o
que me parece ter mais impacto
na condução da política econômica. Se conseguirmos resolver esta
primeira parte teremos uma
grande coisa."
Para ele, a aprovação da Lei de
Responsabilidade Fiscal vai permitir que o país tenha um orçamento pela primeira vez em sua
história. "A noção de responsabilidade fiscal ainda não foi totalmente absorvida por nós."
Em relação à reforma previdenciária, Fraga disse que a previdência do setor privado corre o risco
de grande elevação do déficit se as
mudanças não ocorrerem. "Hoje
o déficit da previdência do setor
público é muito maior, mas os
números mostram projeções de
um déficit explosivo na previdência do setor privado."
Com relação ao ambiente externo, ele disse que o balanço de pagamentos está "saudável". "Hoje
(ontem), os investimentos diretos
já ultrapassaram US$ 18 bilhões. É
um volume extraordinário, que
indica que o total do ano mais que
cobrirá o déficit em conta corrente do balanço de pagamentos."
Segundo Fraga, o Banco Central
não tem feito intervenções no
mercado de câmbio nos últimos
dois meses ou mais. Ele disse ainda que, se o país continuar com os
ajustes econômicos, tem condições de entrar em um ciclo de
crescimento sem medo de inflação e de problemas cambiais. "É
natural que, em um momento em
que a economia está abaixo do
seu potencial, haja desconforto.
Ninguém gosta de recessão."
Colaborou o FolhaNews
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