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AVIAÇÃO
Perdas dobram em relação ao mesmo período de
Varig dá prejuízo de R$ 1,041 bilhão no primeiro semestre
LÁSZLÓ VARGA
DA REPORTAGEM LOCAL
A Varig registrou no primeiro semestre deste ano um prejuízo recorde de R$ 1,041 bilhão. O número impressiona não só pelo tamanho, mas também devido à
comparação com resultados anteriores. No primeiro trimestre de 2002, por exemplo, a companhia havia amargado uma perda de R$ 135 milhões. Em apenas três meses, o prejuízo saltou para R$ 906 milhões. As perdas do semestre
são ainda quase o dobro dos R$
509,8 milhões do mesmo período
do ano passado.
O diretor de relações com o
mercado da companhia aérea,
Manuel Guedes, atribuiu ontem a
disparada no prejuízo a provisionamentos contra possíveis despesas futuras e à alta do dólar. Segundo ele, a Varig adotou uma
nova política para a elaboração do
balanço, que resultou no prejuízo
de R$ 1,041 bilhão.
"A empresa passou a fazer reservas de R$ 420 milhões para cobrir futuras despesas com seu
fundo de pensão [Aerus" e possíveis gastos com decisões judiciais
referentes a impostos contestados
juridicamente, como Finsocial e
Cofins", disse Guedes.
As perdas da Varig, portanto,
poderiam ter sido piores, pois ela
e outras empresas de aviação foram beneficiada recentemente
pelo governo com uma anistia de
dívidas.
Dólar
A Varig, segundo Guedes, também sofreu com a desvalorização
do real no segundo trimestre. O
aumento de 22% da taxa do dólar
resultou em um acréscimo de R$
260 milhões em sua dívida. Os débitos totais da companhia já giram em torno de US$ 1 bilhão
(mais de R$ 3,1 bilhões).
O faturamento da companhia
no semestre praticamente empatou com o mesmo período de
2001. A receita foi de R$ 2,5 bilhões, contra os R$ 2,4 bilhões do
primeiro semestre de 2001.
Guedes disse, no entanto, que a
empresa começa a apresentar alguns resultados positivos. A receita operacional (que diz respeito a
quanto a empresa faturou, sem
descontar dívidas e provisionamentos) somou R$ 1,5 milhão entre janeiro e junho. No primeiro
semestre do ano passado, o desempenho foi negativo, com perdas de R$ 75 milhões.
"A receita operacional de agora
não importa pelo número, que é
pequeno, mas significa uma mudança na empresa."
A Varig, no entanto, tem enormes dificuldades para sair da situação em que está e reduzir a dívida de US$ 1 bilhão. A empresa
previa, por exemplo, que fecharia
um acordo de aporte de capital de
investidores e do BNDES (Banco
Nacional de Desenvolvimento
Econômico e Social) até setembro. Agora prevê que o negócio
pode ser fechado mesmo só em 2003. Ontem, as ações da empresa caíram 6,66%.
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