DA REPORTAGEM LOCAL

Em 1999, a C&A publicou um anúncio numa revista dos EUA informando que rompera com cem fornecedores. Isso ocorreu após uma inspeção da rede para apurar as condições de trabalho em suas fábricas. No mesmo ano, a Eskom, distribuidora de energia da África do Sul, investiu US$ 750 mil em educação e distribuição de camisinhas aos funcionários.
A decisão foi tomada após estudo da empresa estimar que 15% de sua folha de pagamento seria comprometida com empregados que teriam Aids em alguns anos.
Os casos acima, descritos com mais detalhes, fazem parte do livro "Compromisso Social e Gestão Empresarial", que será lançado pela PubliFolha no dia 19. A publicação tem o apoio do Instituto Ethos, entidade que atua na área de responsabilidade social.
Escrito por David Grayson e Adrian Hodges -ambos consultores com experiência em administração pública e privada-, o livro tenta mostrar como o interesse das companhias nesse tema deixou de ser apenas "um diferencial competitivo e se tornou questão de sobrevivência para as empresas", afirmam os autores.
De acordo com relatos dos escritores, as companhias precisam mudar a sua forma de atuar -e serem mais participativas na sociedade-, até mesmo para alterar a maneira como são vistas. Segundo pesquisa que consta no livro, 72% do americanos dizem que as empresas têm poder demais e 53% concordam que, "em geral, o que é bom para as companhias não é bom para o cidadão".
Além disso, nove em cada dez pessoas -segundo pesquisa com 4.000 entrevistados na Europa em 1999- comprariam algum produto de uma companhia que amparasse iniciativas para melhorar a sociedade.