São Paulo, sábado, 14 de setembro de 2002

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BELEZA

Indústria nacional cresce 13%

Cosmético "genérico" esquenta o mercado

CÍNTIA CARDOSO
DA REPORTAGEM LOCAL

Por trás do crescimento da indústria de cosméticos brasileira- estimado em 13% neste ano- estão dois fatores: a expansão das vendas de marcas "genéricas" e a alta do dólar.
Segundo João Carlos Basílio, presidente da Abihpec (Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal e Cosméticos), a diminuição do poder aquisitivo do brasileiro tem levado consumidores a comprar produtos informais, ou seja, produzidos em empresas de pequeno porte e não-legalizadas.
"Há dois anos a parcela de mercado de marcas de creme dental sem registro era de 0,2%. Hoje, já representam 7%. Num segmento que fatura R$ 800 milhões por ano, a perda das empresas registradas para as informais chega a R$ 56 milhões", afirmou Basílio.
De acordo com ele, esses produtos ganham terreno principalmente entre os consumidores distantes dos grandes centros.
No caso dos batons, a associação informou que as marcas informais já abocanharam 40% do mercado nos últimos dois anos. Mas a associação ainda não possui dados a respeito da participação total dessas empresas no faturamento total do setor.
Para competir com a expansão dos informais, as empresas, notadamente as marcas voltadas para as classes com menor poder de compra, investem em produtos que prometem conciliar embalagens mais atraentes com qualidade e preços mais baixos.
Esse é o caso da Yamá Cosméticos. Com uma linha de produtos populares para cabelo- com preços médios de R$ 2,50-, a empresa renovou a linha de embalagens e apresenta na feira Cosmética 2002 produtos com novas matérias-primas.

"Made in Brazil"
Para boa parte das indústrias brasileiras, a alta do dólar significou aumento da demanda por produtos nacionais. Graças a isso, o setor de perfumaria, por exemplo, deve crescer 20,9% em 2002 em relação ao ano passado.
"Um bom perfume nacional fica na faixa dos US$ 10 contra US$ 50 de um importado", diz Basílio.
Essa aposta em produtos "made in Brazil" se traduz no incremento das exportações. No primeiro semestre deste ano as exportações cresceram 38,18%. O carro-chefe são os produtos para cabelo, que nos primeiros cinco meses do ano acumularam crescimento nas vendas externas de 122,82%.


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