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Disputado, BMG estuda abrir capital na Bovespa
Forte em crédito consignado, banco nega ter sido de alvo de oferta do Itaú
Credor do BMG, Itaú tem uma carta que garante até novembro a preferência em caso de venda; banco quer elevar seu valor com IPO
GUILHERME BARROS
COLUNISTA DA FOLHA
TONI SCIARRETA
DA REPORTAGEM LOCAL
O banco BMG se prepara para abrir o capital na Bolsa antes
de decidir a venda dos seus ativos integralmente ou não para
uma instituição financeira. A
operação de IPO (oferta inicial
de ações) está sendo costurada
pelo banco UBS Pactual.
O objetivo do lançamento de
ações é multiplicar o valor do
banco. O patrimônio líquido do
BMG está na faixa de R$ 1,17 bilhão, mas o banco acredita que
pode multiplicar por seis ou até
sete vezes esse valor. No mercado, calcula-se que o valor do
BMG pode chegar a R$ 7 bilhões após o IPO.
O Banco Itaú possui uma carta que garante preferência no
caso de os acionistas do BMG
decidirem vendê-lo. O banco é
controlado pela família mineira Pentagna Guimarães, que reluta em vendê-lo antes de valorizá-lo com o IPO.
O documento foi obtido há
cerca de três anos, quando o
Itaú fez uma cessão de crédito
de cerca de R$ 1 bilhão ao BMG.
A carta, no entanto, vence em
novembro. Depois desse prazo,
o BMG está livre para vender o
banco para quem quiser.
Um dos líderes no crédito
consignado, o BMG é o 27º
maior banco comercial brasileiro. Com a possível venda do
ABN Amro Real para o Santander, o BMG tornou-se uma das
poucas instituições financeiras
disponíveis para aquisição.
O banco tem apenas 12 agências e 492 funcionários nas
principais capitais brasileiras,
mas conta com uma rede de 30
correspondentes bancários
com forte presença em Minas.
A força no consignado interessa ao Itaú, que relegou a segundo plano essa área do crédito, que tem baixo risco e cresce
70% ao ano na concorrência.
O mercado também estranhou a informação publicada
ontem pelo jornal "Valor" de
que o Itaú compraria 50% do
capital do BMG, mas não ficaria
com o controle, fato inédito na
política de aquisições do banco.
Em comunicado, o Itaú nega
que tenha feito proposta pelo
BMG por R$ 2 bilhões, mas
afirma que considera sempre
oportunidades no setor. "O
Itaú está sempre considerando
opções para expandir suas operações, analisando novas oportunidades de investimento,
com foco na agregação de valor
para nossos acionistas."
O banco BMG também divulgou nota negando a venda.
O BMG foi envolvido no escândalo do mensalão por ter
emprestado dinheiro ao PT,
por intermédio do empresário
Marcos Valério, mas não chegou a ser denunciado pelo Ministério Público. Foi apontado
no inquérito do mensalão e pela CPI dos Correios por ter supostamente abastecido o "valerioduto". O banco nega.
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