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Bancos continuam a restringir crédito no 2º trimestre, diz BIS
Financiamento global cresce de abril a junho, porém
permanece muito abaixo da média dos últimos anos
DA REDAÇÃO
Apesar dos sinais de recuperação da economia global, as
instituições financeiras no
mundo todo continuaram a
restringir o crédito para o setor
privado no segundo trimestre
deste ano, na avaliação do BIS
(Banco para Compensações Internacionais, que é uma espécie
de BC dos bancos centrais).
"A ainda menos do que robusta saúde financeira dos bancos ficou refletida no contínuo
aperto das condições para empréstimo. Além disso, apesar da
emissão moderadamente razoável de títulos pelo setor financeiro, os bancos continuaram a depender parcialmente
de financiamento garantido
pelos governos", disse a entidade na revisão trimestral do sistema financeiro internacional.
Para chegar a essa conclusão,
o BIS usou, entre outros dados,
os empréstimos internacionais
realizados por meio de consórcios de bancos (geralmente utilizados em grandes operações),
que mostram que houve uma
melhora do primeiro para o segundo trimestre, mas com números bem abaixo da média
dos últimos anos, tanto nos países ricos como nos emergentes.
No segundo trimestre, esses
empréstimos (que são em sua
maioria usados por empresas
não financeiras) totalizaram
US$ 255 bilhões, alta de 31%
em relação aos primeiros três
meses de 2009, mas distantes
dos resultados dos últimos
anos. No segundo trimestre de
2008, eles ficaram em US$ 473
bilhões, e, no mesmo período
de 2007, em US$ 839 bilhões.
No Brasil, porém, essa forma
de financiamento não seguiu a
tendência global e continuou a
cair: de US$ 2,1 bilhões em contratos assinados entre janeiro e
março para empresas de origem brasileira para US$ 1,1 bilhão nos três meses seguintes
-o pior resultado desde o primeiro trimestre de 2006.
Uma das explicações para
que o crédito global continue
restrito (o aperto começou ainda no fim de 2007 e se acentuou
bruscamente a partir de setembro de 2008) é que, apesar de os
bancos registrarem "lucros
surpreendentemente fortes"
no segundo trimestre, há ainda
dúvidas sobre a "qualidade e a
sustentabilidade" desses ganhos, de acordo com o BIS.
Para a entidade, essa cautela
é explicada por uma série de
motivos, entre eles o de que os
lucros dos bancos foram impulsionados por medidas como
vendas de ativos, que não têm
relação com as operações essenciais das instituições.
Outro fator, diz o BIS, é que
ainda não está claro se o aumento de provisões para perdas com empréstimos é apenas
uma precaução (com impacto
somente temporário nos ganhos dos bancos) ou uma indicação de que ocorrerão mais
prejuízos com financiamentos.
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