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Países nórdicos ocupam topo da lista
ELIZABETH BECKER
DO "NEW YORK TIMES"
Esqueçam os estereótipos sobre
socialismo à escandinava, impostos elevados e o dispendioso sistema de saúde pública, que estão
destruindo a iniciativa privada.
Os países nórdicos superaram
algumas das mais quentes economias do mundo, de acordo com
algumas novas pesquisas sobre
negócios. Dominam tanto os rankings de economias mais competitivas quanto uma nova lista
quanto aos melhores lugares para
fazer negócios.
No ranking anual de competitividade econômica mundial produzido pelo Fórum Econômico
Mundial, a Finlândia manteve a liderança, com Suécia, Dinamarca,
Noruega e Islândia conquistando
respectivamente o terceiro, o
quinto, o sexto e o décimo postos.
No relatório do Banco Mundial
sobre os melhores lugares para fazer negócios, Noruega, Suécia, Dinamarca e Finlândia também estavam no topo da lista.
Menos surpreendente era a posição dos Estados Unidos, em segundo lugar em ambas as listas.
Assim, por que as pessoas não
pensam imediatamente na Dinamarca ou na Finlândia quando a
conversa passa a girar em torno
de histórias de sucesso no campo
do desenvolvimento ou de lugares nos quais é compensador
apostar financeiramente?
"É aquele velho mito de que a
proteção social exige mais regulamentação das empresas e prejudica os negócios", diz Caralee
McLeish, um dos autores do estudo do Banco Mundial. "Na verdade, constatamos que as proteções
sociais são boas para os negócios,
porque reduzem o ônus das empresas com saúde e garantem
uma força de trabalho bem treinada e educada."
O Fórum Econômico Mundial
encontrou resposta semelhante,
ainda que expressa em termos
econômicos.
"Os países nórdicos são caracterizados por excelente administração macroeconômica, em termos
gerais", de acordo com o diretor
do programa de competitividade
mundial do fórum, Augusto Lopez-Claros.
"Todos registram superávits orçamentários, os níveis de corrupção são extremamente baixos, as
empresas operam em um ambiente no qual há respeito generalizado pelos contratos e pelo domínio da lei, e seus setores privados estão na vanguarda da inovação tecnológica", afirmou ele.
Instituições públicas fortes, honestas e transparentes se enquadram bem nos estereótipos referentes aos países nórdicos. Mas
uma das chaves para o sucesso
dessas nações nos negócios é o
seu suposto calcanhar-de-aquiles:
os impostos.
A filosofia dos governos desses
países é deixar as empresas em
paz, tributando-as com um dos
mais brandos regimes mundiais,
de modo que se mantenham
competitivas e eficientes. Por outro lado, os impostos pessoais de
renda são elevados, para pagar
pelos serviços sociais que embasam a qualidade de suas forças de
trabalho, de acordo com Simeon
Djankov, co-autor do estudo do
Banco Mundial.
"É preciso olhar por trás dos números, ignorar a reputação nórdica por carga tributária excessiva, e
se torna claro que eles estabeleceram um sistema que não distorce
a produção e dá às pessoas incentivos para investir em negócios e
ações, porque os impostos empresariais são tão baixos", explica.
Países asiáticos completam a lista das histórias de sucesso no ranking de competitividade. Taiwan,
Cingapura e Japão estavam entre
os dez mais competitivos uma alta considerável para os japoneses,
que três anos atrás ocupavam a
21ª posição. A China caiu do 44º
para o 46º posto na lista.
Os países asiáticos bem classificados na lista compartilham de
certos atributos com as nações
nórdicas. Também criam poucos
obstáculos aos empreendimentos
de negócios e protegem fortemente os direitos de propriedade,
além de privilegiar a educação.
Jukka Valtasaari, embaixador
finlandês em Washington, disse
que os 140 anos de ênfase de seu
país na educação prometendo
oportunidades iguais a todos
-independentemente da riqueza
ou geografia- embasa boa parte
do sucesso nacional. É um dos
grandes motivos para que a Finlândia tenha desempenho tão
bom na pesquisa e desenvolvimento, e na aplicação cuidadosa
de inovações tecnológicas, especialmente nas telecomunicações.
"A declaração econômica mais
importante que podemos fazer é a
de que aproveitamos todo o nosso
talento", disse Valtasaari.
Tradução de Paulo Migliacci
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