DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A Caixa Econômica Federal teve um lucro de R$ 456 milhões no terceiro trimestre deste ano. Com isso, o ganho acumulado entre janeiro e setembro chega a R$ 1,02 bilhão. No mesmo período de 2001, a Caixa havia registrado prejuízo de R$ 4,3 bilhões.
A melhora no resultado só foi possível graças ao dinheiro injetado pelo Tesouro Nacional no ano passado. Em junho de 2001, o governo federal decidiu socorrer os bancos federais que enfrentavam dificuldades financeiras. A Caixa foi a mais beneficiada por esse programa.
O banco recebeu injeção de R$ 9,35 bilhões do Tesouro no ano passado, para reforçar seu patrimônio, que estava aquém do mínimo exigido pelo Banco Central.
Além disso, a Caixa transferiu para o governo federal mais de R$ 50 bilhões em crédito de difícil recebimento. Também foram socorridos pela União no ano passado o Banco do Brasil, o Banco da Amazônia e o Banco do Nordeste.
Depois de ter suas contas saneadas, a Caixa voltou a operar no azul e poderá, periodicamente, repassar parte de seus lucros para a União, que controla o banco. A cada ano, a Caixa repassa pelo menos 25% de seus ganhos para o governo federal.

Novo rombo
O lucro obtido pela Caixa até agora já supera seu objetivo de chegar até o final do ano com um ganho de R$ 1 bilhão. O presidente da instituição, Valdery Albuquerque, não descartou, porém, a possibilidade de o banco ter de recorrer a nova ajuda do governo federal ainda no curto prazo.
Albuquerque se referiu à questão da correção aplicada aos financiamentos habitacionais na época do Plano Collor. Na ocasião, o governo determinou que as prestações fossem corrigidas pelo IPC (Índice de Preços ao Consumidor). Os mutuários recorreram à Justiça para que a correção aplicada fosse a do BTN-F (Bônus do Tesouro Nacional-Fiscal), que era a metade do IPC.
O prejuízo da Caixa pode chegar a R$ 22 bilhões. A questão está sendo julgada pelo STJ (Superior Tribunal de Justiça).


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