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São Paulo, sexta-feira, 14 de novembro de 2003

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DISTENSÃO

Pesquisa indica queda de taxas em 3 modalidades de financiamento para pessoa física; cheque especial cobra 176% ao ano

Crédito a consumo tem menor juro desde 95

MAELI PRADO
DA REPORTAGEM LOCAL

Em outubro, três das seis modalidades de crédito para pessoas físicas pesquisadas pela Anefac (associação de executivos de finanças) apresentaram as taxas de juros mais baixas desde 95, quando o levantamento começou a ser realizado pela entidade.
Segundo a associação, os juros praticados pelo comércio no mês foram, em média, de 6,19% (105,59% ao ano), queda de 2,06% em relação a setembro. Para cheque especial e CDC (Crédito Direto ao Consumidor), os índices mensais foram de, respectivamente, 8,83% (176,05% ao ano) e 3,69% (54,47% ao ano), com reduções de 2,21% e 2,64% em relação ao mês anterior.
Apesar da queda, o Brasil continua a ser o país com maior taxa de juros real do mundo -descontada a expectativa de inflação.
De acordo com o presidente da Anefac, Miguel de Oliveira, a pressão realizada "pelo governo, pela sociedade e pelo FMI (Fundo Monetário Internacional)" para que os bancos baixassem suas taxas explica as quedas.
"A Selic [taxa básica de juros] já esteve mais baixa, mas as taxas do cheque especial e do comércio nunca estiveram nos patamares atuais desde 95", afirmou Oliveira. Os juros básicos vêm sendo reduzidos desde junho.
"Outra questão importante é que, toda a vez que a taxa básica cai, os bancos têm menor rentabilidade com títulos da dívida pública, atrelados à taxa Selic."
Conforme o economista, com a queda do lucro das operações com títulos públicos, as instituições financeiras tendem a destinar mais dinheiro para o crédito, que fica mais barato.
Apesar disso, os juros dos bancos para empréstimo pessoal no mês passado aumentaram 0,33%, com um índice de 6,17%.
Entre as categorias de crédito para pessoas físicas, o empréstimo pessoal praticado pelas financeiras teve a maior taxa em outubro, de 12,93% ao mês (330,24% ao ano). Os juros do cartão de crédito foram os menores desde maio de 2001 (10,33% ao mês, e 225,33% ao ano).
A taxa média cobrada para empréstimos para pessoas físicas foi de 8,02% em outubro (152,38% ao ano), queda de 1,35% em relação a setembro. São os juros mais baixos desde maio de 2002. "Com as reduções na Selic, os bancos estão percebendo que vão ter que ganhar em escala. É por isso que começam a realizar aquisições, como a compra da financeira Zogbi pelo Bradesco", diz o economista.
Para pessoas jurídicas, a taxa média foi de 4,70% no mês passado (73,72% ao ano), queda de 0,21% ante setembro, menor índice desde novembro de 2002.
Os juros cobrados para capital de giro foram de 4,28% ao mês, queda de 0,93% em relação a setembro. A taxa anual é de 65,35%.
"Apesar de esses números mostrarem tendência de queda dos juros, as taxas cobradas ainda estão em patamares muito elevados."


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