|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
DISTENSÃO
Pesquisa indica queda de taxas em 3 modalidades de financiamento para pessoa física; cheque especial cobra 176% ao ano
Crédito a consumo tem menor juro desde 95
MAELI PRADO
DA REPORTAGEM LOCAL
Em outubro, três das seis modalidades de crédito para pessoas
físicas pesquisadas pela Anefac
(associação de executivos de finanças) apresentaram as taxas de
juros mais baixas desde 95, quando o levantamento começou a ser
realizado pela entidade.
Segundo a associação, os juros
praticados pelo comércio no mês
foram, em média, de 6,19%
(105,59% ao ano), queda de 2,06%
em relação a setembro. Para cheque especial e CDC (Crédito Direto ao Consumidor), os índices
mensais foram de, respectivamente, 8,83% (176,05% ao ano) e
3,69% (54,47% ao ano), com reduções de 2,21% e 2,64% em relação ao mês anterior.
Apesar da queda, o Brasil continua a ser o país com maior taxa de
juros real do mundo -descontada a expectativa de inflação.
De acordo com o presidente da
Anefac, Miguel de Oliveira, a
pressão realizada "pelo governo,
pela sociedade e pelo FMI (Fundo
Monetário Internacional)" para
que os bancos baixassem suas taxas explica as quedas.
"A Selic [taxa básica de juros] já
esteve mais baixa, mas as taxas do
cheque especial e do comércio
nunca estiveram nos patamares
atuais desde 95", afirmou Oliveira. Os juros básicos vêm sendo reduzidos desde junho.
"Outra questão importante é
que, toda a vez que a taxa básica
cai, os bancos têm menor rentabilidade com títulos da dívida pública, atrelados à taxa Selic."
Conforme o economista, com a
queda do lucro das operações
com títulos públicos, as instituições financeiras tendem a destinar mais dinheiro para o crédito,
que fica mais barato.
Apesar disso, os juros dos bancos para empréstimo pessoal no
mês passado aumentaram 0,33%,
com um índice de 6,17%.
Entre as categorias de crédito
para pessoas físicas, o empréstimo pessoal praticado pelas financeiras teve a maior taxa em outubro, de 12,93% ao mês (330,24%
ao ano). Os juros do cartão de crédito foram os menores desde
maio de 2001 (10,33% ao mês, e
225,33% ao ano).
A taxa média cobrada para empréstimos para pessoas físicas foi
de 8,02% em outubro (152,38% ao
ano), queda de 1,35% em relação a
setembro. São os juros mais baixos desde maio de 2002. "Com as
reduções na Selic, os bancos estão
percebendo que vão ter que ganhar em escala. É por isso que começam a realizar aquisições, como a compra da financeira Zogbi
pelo Bradesco", diz o economista.
Para pessoas jurídicas, a taxa
média foi de 4,70% no mês passado (73,72% ao ano), queda de
0,21% ante setembro, menor índice desde novembro de 2002.
Os juros cobrados para capital
de giro foram de 4,28% ao mês,
queda de 0,93% em relação a setembro. A taxa anual é de 65,35%.
"Apesar de esses números mostrarem tendência de queda dos juros, as taxas cobradas ainda estão
em patamares muito elevados."
Texto Anterior: Preços nas lojas sobem mais do que a inflação Próximo Texto: Campanha de Natal: Comprem apenas à vista, pede Alencar Índice
|