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CONCORRÊNCIA
Sindicato afirma que foi surpreendido com denúncia de cartel
Cimenteiro diz não ter sido ouvido
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O secretário-executivo do Snic
(Sindicato Nacional da Indústria
do Cimento), José Otávio de Carvalho, disse ontem à Folha que se
surpreendeu com a recomendação da Seae (Secretaria de Acompanhamento Econômico) para
que a Secretaria de Direito Econômico abra processo para apurar
denúncia de cartel entre os maiores produtores de cimento do
país. Ele disse que nenhuma das
empresas teria sido chamada para
que pudesse esclarecer o caso.
Segundo a Seae divulgou na
quarta, os produtores teriam
acertado vender só um tipo de cimento para concreteiras independentes (principalmente em São
Paulo), o que as teria prejudicado.
Para investigar a denúncia das
concreteiras, a Seae disse que enviou 150 questionários para empresas de todo o país. "As respostas indicaram fortes indícios [...]
dos prejuízos à concorrência que
estariam sendo [...] ocasionados",
afirmou a Seae (comandada pelo
secretário José Tavares) em nota.
As empresas citadas são Ciplan,
Camargo Corrêa, Cimpor, Votorantim, Companhia de Cimento
Itambé, Holcim, Lafarge, Grupo
Nassau, CP Cimento e Soeicom.
"Foi um julgamento unilateral.
A própria nota da Seae, em determinado trecho, já pressupõe uma
condenação, baseada apenas em
suposições, já que nós, o outro lado, nem sequer tivemos a chance
de nos pronunciarmos a respeito", afirmou o secretário da Snic.
Segundo Carvalho, o setor está
tranquilo e pronto para prestar os
esclarecimentos que forem necessários. "Não temos nada a esconder e sempre trabalhamos com
muita responsabilidade, suprindo
toda a demanda nacional. O setor
precisa ser respeitado."
Ele afirmou que os setores de
capital intensivo, formados por
pequeno número de empresas
(caso do setor cimenteiro), sempre enfrentam esse tipo de boato.
As companhias
Procuradas pela Folha, algumas das empresas acusadas não
quiseram conceder entrevista.
A Camargo Corrêa Cimentos
disse que está analisando a denúncia, mas que "não existe nada
nas práticas comerciais da empresa que justifique tal acusação".
Já a Lafarge Brasil disse, por
meio da assessoria de imprensa,
que ainda não foi notificada judicialmente e que, por isso, preferia
não se manifestar sobre o assunto.
A assessoria da Companhia de
Cimento Itambé afirmou que não
conseguiu localizar a pessoa responsável para comentar o assunto. A assessoria do grupo Nassau
foi procurada pela Folha, mas não
havia retornado as ligações até o
fechamento desta edição.
Anteontem, a Votorantim Cimentos negou, por meio de uma
nota, que participe de qualquer tipo de cartel.
(ELIANE MENDONÇA)
Colaborou a Reportagem Local
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