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São Paulo, sexta-feira, 14 de novembro de 2003

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RESULTADOS

Ganho é o maior em nove meses dos 50 anos de história da estatal; no 3º trimestre, alta é de 126% sobre 2002

Lucro da Petrobras sobe 180% e vai a R$ 15 bi

PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO

A Petrobras anunciou ontem o maior lucro dos seus 50 anos de história para um período de nove meses: R$ 14,774 bilhões no acumulado de janeiro a setembro de 2003. O resultado é 180,4% superior ao obtido no mesmo período do ano passado.
No terceiro trimestre, a Petrobras lucrou R$ 5,361 bilhões -o segundo melhor desempenho trimestral desde que a companhia foi criada, em 1953. Houve uma expansão de 126% em relação ao terceiro trimestre de 2002.
Em nota divulgada ontem, a estatal informou ainda que sua receita consolidada (considerando todas as subsidiárias no Brasil e exterior) atingiu R$ 71,791 bilhões até setembro. Houve um aumento de 48,5% em relação aos nove primeiros meses de 2002.
Na nota, a estatal não aponta os motivos que explicam o expressivo aumento tanto do faturamento como do lucro.
Especialistas do setor afirmam que são duas as razões para a expansão: os bons preços do petróleo e dos derivados no mercado internacional e o aumento contínuo da produção doméstica de petróleo.
O fato de a variação cambial ter sido pequena no trimestre também ajudou no resultado, uma vez que não teve forte impacto sobre o endividamento da companhia, presidida pelo ex-senador petista José Eduardo Dutra desde janeiro.
"É, sem dúvida, um resultado muito forte, muito bom", afirmou Cleomar Parisi, analista do Unibanco especializado em petróleo.
Parisi ressaltou que o fato de os preços da estatal estarem mais altos do que os praticados no mercado externo explica o lucro recorde. Parisi previa um lucro um pouco menor no terceiro trimestre: R$ 4,5 bilhões.
A produção média de óleo e gás no ano até setembro cresceu 11,6% e chegou a 2,040 milhões de barris/dia -a cifra considera as extrações no Brasil e no exterior.

Menos importações
Ao mesmo tempo, a estatal conseguiu reduzir as importações de petróleo, gás e derivados em 14% no ano -para 529 mil barris/dia. Com isso as importações líquidas (desconta as exportações e mede a dependência externa) caíram para apenas 82 mil barris/dia -49% a menos do que no período janeiro-setembro de 2002.
Reunido ontem, o Conselho de Administração da companhia aprovou o pagamento de dividendos (forma de remuneração dos acionistas). Serão pagos, sob título de juros sobre capital própria, R$ 3,290 bilhões -ou R$ 3 por ação.


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