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São Paulo, sexta-feira, 14 de novembro de 2003

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O VÔO DA ÁGUIA

Aumento nas importações, principalmente da China, faz saldo de setembro ficar negativo em US$ 41,27 bi

Déficit comercial norte-americano volta a crescer

DA REDAÇÃO

O reaquecimento econômico fez com que o déficit comercial dos EUA voltasse a crescer em setembro. As importações atingiram um valor recorde, enquanto as exportações não cresceram no mesmo ritmo. O déficit em relação à China também bateu novos recordes.
De acordo com o Departamento do Comércio dos EUA, o déficit na balança de bens e serviços ficou negativo em US$ 41,27 bilhões em setembro. No mês anterior, o saldo negativo tinha sido de US$ 39,52 milhões.
As importações cresceram 3,3% e atingiram US$ 127,43 bilhões, puxadas pela maior aquisição de carros, autopeças e máquinas. Do total, US$ 21,13 bilhões foram em serviços, principalmente gastos com viagens e transportes.
Já as exportações tiveram alta de 2,8%, a maior em três anos, e subiram para US$ 86,16 bilhões. A exportação de serviços atingiu um recorde de US$ 26,3 bilhões.
As vendas norte-americanas ao exterior têm tirado proveito da desvalorização do dólar ante as principais moedas do planeta, sobretudo o euro. Mas o aumento das vendas não foi suficiente para compensar o salto nas importações ocorrido no período.

Descompasso
Os EUA crescem a um ritmo bem maior do que a grande maioria dos principais parceiros comerciais do país. Isso contribui para que a demanda americana por importados seja bem superior à demanda externa por produtos americanos.
Apenas nas transações com os chineses, o déficit norte-americano ficou em US$ 12,7 bilhões no mês, um recorde. O crescente desequilíbrio entre as contas dos dois países deverá acirrar a pressão para que os chineses desvalorizem sua moeda, o yuan.
O déficit dos EUA com a China cresceu 22% entre o segundo e o terceiro trimestre do ano. Em igual período do ano passado, já havia ocorrido um aumento de 26%. O saldo negativo com os chineses representa mais de um quarto do déficit total dos EUA.
Ainda em setembro, o déficit com a União Européia também cresceu e subiu para US$ 8,1 bilhões. Com o Canadá, o buraco foi de US$ 5,2 bilhões, e na relação com o México, de US$ 3,3 bilhões.
Já o Brasil piorou um pouco seu desempenho. Depois de ter registrado um superávit de US$ 584 milhões em agosto com os americanos, as transações brasileiras tiveram em setembro um saldo positivo de US$ 566 milhões. Nos nove primeiros meses do ano, o saldo é de US$ 5,138 bilhões a favor do Brasil.
Os EUA registram saldo negativo com praticamente todos os seus principais parceiros comercias. No acumulado do ano, os únicos países que mantêm déficit significativos com os EUA são Holanda (US$ 6,6 bilhões), Austrália (US$ 5 bilhões), Bélgica (US$ 3,9 bilhões) e Hong Kong (US$ 3,2 bilhões).


Com agências internacionais


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