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Vivendi quer 100% das ações da GVT
Seguindo regra do mercado, grupo francês vai estender a todos os acionistas preço pago pelo controle da tele brasileira
Vivendi se aproveitou do fato de as ações da GVT estarem pulverizadas no mercado e conseg
uiu superar a investida da Telefônica
Antoine Antoniol - 1º.set.09/Bloomberg
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Homem passa à frente da sede do grupo Vivendi, em Paris
JULIO WIZIACK
DENYSE GODOY
DA REPORTAGEM LOCAL
O grupo francês de mídia Vivendi adquiriu ontem o controle da GVT. Atuando nos bastidores, a Vivendi comprou
57,5% das ações da operadora
que estavam no mercado por
R$ 3,88 bilhões. Todas as ações
da GVT têm direito a voto. Com
isso, a Vivendi tirou a Telefônica da disputa.
A manobra dos franceses só
foi possível porque a maior parte do capital da GVT estava pulverizada e nas mãos de fundos
estrangeiros. Em comunicado,
a Vivendi informou que assinou um acordo com a Swarth
Investments LLC, a Swarth Investments Holdings LLC e a
Global Village Telecom (Holland) BV, fundadores e controladores da GVT. Por esse acordo, ela pagou R$ 56 por ação e
ficou com os 29,9% das ações
dos controladores da GVT.
O restante (27,6% dos papéis) estava com investidores
estrangeiros, principalmente
fundos de investimento dos
EUA e Europa. Segundo a Vivendi, o preço por ação, nesse
caso, foi de R$ 55.
Seguindo as regras do mercado brasileiro, a Vivendi anunciou que vai registrar na CVM
(Comissão de Valores Mobiliários) oferta pública para adquirir até 100% das ações da GVT
por R$ 56 cada uma. Tal operação é destinada a proteger os
acionistas minoritários que
queiram vender seus papéis devido à mudança do controle. Se
a compra for completada, o valor total da operação será de R$
7,2 bilhões. Nessa hipótese, a
Vivendi fecharia o capital da
GVT e lançaria suas próprias
ações na BM&FBovespa, como
disse que avalia fazer.
Fim da disputa
A disputa pela GVT começou
no início de setembro, quando
os seus controladores anunciaram um acordo de venda para a
Vivendi por R$ 42 cada ação.
Um mês depois, a Telefônica
fez uma oferta agressiva pela
GVT. Como o capital estava
pulverizado, eles anunciaram
uma OPA (Oferta Pública para
Aquisição de Ações), oferecendo R$ 48 por ação. No entanto,
havia uma barreira para as duas
interessadas. No estatuto da
GVT, existia uma cláusula proibindo a venda caso a oferta não
fosse 25% maior que o preço de
mercado.
Com a retirada dessa cláusula pelos acionistas, a Telefônica
ainda aumentou o lance -segundo analistas, para frear nova ofensiva da Vivendi-, propondo-se a pagar R$ 50,50 por
ação. A OPA estava marcada
para o dia 19, e a Telefônica dependia apenas da anuência prévia da Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) para
que ocorresse. Anteontem, a
agência deu o sinal verde à Telefônica, com diversas restrições. A oferta da Vivendi, por
não atuar no mercado brasileiro, recebeu o aval sem o pedido
de contrapartidas.
Com a compra de 57,5% do
controle da GVT pela Vivendi, a
OPA da Telefônica fica automaticamente cancelada porque
a empresa só iria ao mercado
caso tivesse a chance de ficar
com pelo menos 51% das ações.
A GVT é uma operadora de
telefonia fixa e de banda larga
criada em 2000 como empresa
"espelho" na área de concessão
da Brasil Telecom -adquirida
pela Oi, em 2008. Hoje é a principal concorrente da Oi e compete com a Telefônica e a própria Oi no mercado corporativo
em grandes cidades do país fora
de sua área de concessão.
Em nota, a Telefônica manifestou seus melhores desejos
de "boa sorte" à GVT.
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