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Declarações de diretor do BC causam mal-estar
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Com o pedido de demissão já
aceito e esperando apenas o
melhor momento para o anúncio oficial, conforme antecipou
a Folha em outubro, a saída do
diretor de Política Monetária
do Banco Central, Mario Torós, agora é questão de dias.
Segundo a Folha apurou, repercutiu muito mal no governo
a entrevista que ele concedeu
ao jornal "Valor Econômico",
publicada ontem, contando detalhes dos bastidores da atuação do BC no final de 2008, durante o auge da crise financeira
internacional.
Os colegas de Torós no BC e
até o presidente do BC, Henrique Meirelles, foram pegos de
surpresa com o teor das declarações, que incluiu a divulgação de e-mail trocado entre ele,
Meirelles e o diretor de Política
Econômica, Mário Mesquita.
A avaliação dentro do BC foi
a de que Torós quis agilizar sua
saída e aproveitou para mandar recados ao mercado e "distribuir currículo". A entrevista
foi considerada dentro do próprio BC como "arrogante" por
ter passado a imagem de que
Torós foi o salvador da pátria, e
o resto da equipe, apenas figurante, e uma "sacanagem" com
Mesquita e Meirelles.
Ontem, o BC não quis comentar oficialmente o assunto.
A assessoria de imprensa informou apenas que "as declarações atribuídas ao diretor pelo
jornal "Valor Econômico" traduzem uma avaliação de caráter pessoal".
Mesquita e Antonio Gustavo
Matos do Vale, diretor de Liquidações e e Desestatização,
também devem deixar o cargo
após a saída de Torós. Meirelles, que se filiou ao PMDB, deverá sair até o final de março
para disputar um cargo nas
eleições do ano que vem.
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