São Paulo, sábado, 14 de novembro de 2009

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Declarações de diretor do BC causam mal-estar

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Com o pedido de demissão já aceito e esperando apenas o melhor momento para o anúncio oficial, conforme antecipou a Folha em outubro, a saída do diretor de Política Monetária do Banco Central, Mario Torós, agora é questão de dias.
Segundo a Folha apurou, repercutiu muito mal no governo a entrevista que ele concedeu ao jornal "Valor Econômico", publicada ontem, contando detalhes dos bastidores da atuação do BC no final de 2008, durante o auge da crise financeira internacional.
Os colegas de Torós no BC e até o presidente do BC, Henrique Meirelles, foram pegos de surpresa com o teor das declarações, que incluiu a divulgação de e-mail trocado entre ele, Meirelles e o diretor de Política Econômica, Mário Mesquita.
A avaliação dentro do BC foi a de que Torós quis agilizar sua saída e aproveitou para mandar recados ao mercado e "distribuir currículo". A entrevista foi considerada dentro do próprio BC como "arrogante" por ter passado a imagem de que Torós foi o salvador da pátria, e o resto da equipe, apenas figurante, e uma "sacanagem" com Mesquita e Meirelles.
Ontem, o BC não quis comentar oficialmente o assunto. A assessoria de imprensa informou apenas que "as declarações atribuídas ao diretor pelo jornal "Valor Econômico" traduzem uma avaliação de caráter pessoal".
Mesquita e Antonio Gustavo Matos do Vale, diretor de Liquidações e e Desestatização, também devem deixar o cargo após a saída de Torós. Meirelles, que se filiou ao PMDB, deverá sair até o final de março para disputar um cargo nas eleições do ano que vem.


Texto Anterior: Meirelles alerta sobre riscos do crédito
Próximo Texto: Vendas do comércio sobem pelo quinto mês
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.