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ENERGIA 1
Governo estuda diminuir reajustes na conta de luz
JULIANNA SOFIA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Os ministérios da Fazenda
e de Minas e Energia avaliam
que a saída para compensar
as perdas do consumidor
com o erro no cálculo do reajuste de tarifas de energia,
revelado pela Folha no mês
passado, será diluir o prejuízo nos próximos aumentos a
serem autorizados às distribuidoras.
A Folha apurou que a
ideia é conceder reajustes
menores no futuro para
queimar a "gordura" acumulada pelas companhias nos
últimos anos com a falha na
metodologia.
O TCU (Tribunal de Contas da União) calcula em R$
7 bilhões as perdas para os
consumidores entre 2002 e
2008. Técnicos envolvidos
nos estudos classificam a estimativa do tribunal de
"pouco confiável" e dizem
que o governo ainda sabe o
tamanho real do prejuízo.
Para esses técnicos, a compensação é "o caminho natural" para solucionar o caso,
mas não evitará demandas
na Justiça por parte dos consumidores.
Isso porque os reajustes
menores no futuro não conseguirão atender pessoas em
situações específicas. Um
exemplo é o do consumidor
que mudou de Estado e, portanto, de distribuidora de
energia.
Técnicos dos ministérios
da Fazenda e de Minas e
Energia vêm trabalhando
em conjunto na solução do
problema. Nas últimas semanas, a Seae (Secretaria de
Acompanhamento Econômico), vinculada ao Ministério da Fazenda, elaborou
uma nota técnica na mesma
linha de entendimento divulgada antes pelo Ministério de Minas e Energia.
Na conclusão dos dois ministérios, a portaria com as
regras para os reajustes não
foi a origem do erro no cálculo dos índices, pois a fórmula
de cálculo derivada de tais
normas "acomoda" os custos
não gerenciáveis das distribuidoras.
A falha na metodologia do
reajuste das tarifas está na
Parcela A dos cálculos feitos
pela Aneel. Nessa parcela estão os custos das distribuidoras considerados não gerenciáveis, cuja variação é
integralmente repassada aos
consumidores.
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