São Paulo, sábado, 14 de novembro de 2009

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Zona do euro cresce 0,4% e sai da recessão

Avanço do PIB da região, após cinco trimestres no vermelho, é puxado pela Alemanha e fica abaixo do registrado pelos EUA

PIB da União Europeia sobe 0,2% no 3º trimestre, com recuperação dos países do leste; Reino Unido se mantém em recessão e encolhe 0,4%

LUCIANA COELHO
DE GENEBRA

A zona do euro saiu timidamente da recessão no último trimestre após cinco períodos sucessivos no vermelho, puxada sobretudo pela boa performance da economia alemã. O PIB dos 16 países da região como um todo subiu 0,4% ante os três meses anteriores.
Mas a comparação com o terceiro trimestre de 2008, durante o qual começou a crise econômica global, ainda aponta um retrocesso de 4,1%, segundo dados preliminares divulgados ontem pelo Eurostat, o órgão estatístico oficial do bloco.
Já a União Europeia, que inclui 27 países, também deixou a recessão e cresceu 0,2% entre julho e setembro sobre o trimestre anterior e encolheu 4,3% na comparação anual.
Embora positivo, o dado deixa a região para trás, por exemplo, dos EUA, que avançaram 0,9% no pós-crise. Ademais, o avanço ficou abaixo do esperado por analistas quando levada em conta a produção industrial do bloco, que cresceu, de julho a agosto, 03%, 1,2% e 0,3%.
É ao comparar a produção industrial de setembro deste ano com a do mesmo mês de 2008, no entanto, que fica claro o tamanho do estrago feito pela crise, apesar da incipiente recuperação: a retração no espaço de 12 meses ainda é de 12,9%.

Consumo em baixa
As duas maiores economias do bloco que adotou a moeda comum, Alemanha e França, avançaram, respectivamente, 0,7% e 0,3%. Já o Reino Unido, fora da eurozona, ainda está em recessão e encolheu mais 0,4%.
Maior exportador do planeta, a Alemanha conseguiu encobrir com as vendas para fora um retrocesso no consumo interno, beneficiando-se da melhor performance de outros mercados, vizinhos ou não.
Segundo o Destatis, análogo alemão ao IBGE, o avanço se deu também pela venda de maquinário e pela retomada da construção -o que poderia indicar uma sustentação da performance. Porém a demanda interna de consumo continua segurando a economia, informou o órgão estatístico ontem.
Afetado pelo aumento do desemprego na região (o índice ficou em 9,7% em setembro na zona do euro e em 9,2% na UE), o mercado doméstico continua a ser o principal problema para as economias europeias.
E, por ser o desemprego um indicador defasado (leva mais tempo para se recuperar), os governos se veem levados a trabalhar com alternativas para incentivar o consumo.
Por ora, nem mesmo subsídios para incentivar o setor automotivo, como lembrou o "Financial Times", parecem ter dado fôlego à demanda. O consumo baixou na Alemanha e ficou igual na França, após leve melhora mesmo sob a crise.
Outro país que continua a patinar, atingido sobretudo pelo recuo do setor da construção civil, é a Espanha, que apresentou um recuo de 0,3%.
Os números de ontem ressaltaram por fim o bom desempenho das economias do leste.
A Lituânia apresentou o maior avanço, 6%, mas é preciso levar em conta que o país estava entre os campeões de recuo. República Tcheca e Eslováquia também foram bem. A Polônia, cuja economia foi a que mais bem resistiu à crise na comparação com outros países do bloco, não apresentou resultados ainda.


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