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Zona do euro cresce 0,4% e sai da recessão
Avanço do PIB da região, após cinco trimestres no vermelho, é puxado pela Alemanha e fica abaixo do registrado pelos EUA
PIB da União Europeia sobe 0,2% no 3º trimestre, com recuperação dos países do leste; Reino Unido se mantém em recessão e encolhe 0,4%
LUCIANA COELHO
DE GENEBRA
A zona do euro saiu timidamente da recessão no último
trimestre após cinco períodos
sucessivos no vermelho, puxada sobretudo pela boa performance da economia alemã. O
PIB dos 16 países da região como um todo subiu 0,4% ante os
três meses anteriores.
Mas a comparação com o terceiro trimestre de 2008, durante o qual começou a crise econômica global, ainda aponta
um retrocesso de 4,1%, segundo dados preliminares divulgados ontem pelo Eurostat, o órgão estatístico oficial do bloco.
Já a União Europeia, que inclui 27 países, também deixou a
recessão e cresceu 0,2% entre
julho e setembro sobre o trimestre anterior e encolheu
4,3% na comparação anual.
Embora positivo, o dado deixa a região para trás, por exemplo, dos EUA, que avançaram
0,9% no pós-crise. Ademais, o
avanço ficou abaixo do esperado por analistas quando levada
em conta a produção industrial
do bloco, que cresceu, de julho
a agosto, 03%, 1,2% e 0,3%.
É ao comparar a produção industrial de setembro deste ano
com a do mesmo mês de 2008,
no entanto, que fica claro o tamanho do estrago feito pela crise, apesar da incipiente recuperação: a retração no espaço de
12 meses ainda é de 12,9%.
Consumo em baixa
As duas maiores economias
do bloco que adotou a moeda
comum, Alemanha e França,
avançaram, respectivamente,
0,7% e 0,3%. Já o Reino Unido,
fora da eurozona, ainda está em
recessão e encolheu mais 0,4%.
Maior exportador do planeta,
a Alemanha conseguiu encobrir com as vendas para fora
um retrocesso no consumo interno, beneficiando-se da melhor performance de outros
mercados, vizinhos ou não.
Segundo o Destatis, análogo
alemão ao IBGE, o avanço se
deu também pela venda de maquinário e pela retomada da
construção -o que poderia indicar uma sustentação da performance. Porém a demanda
interna de consumo continua
segurando a economia, informou o órgão estatístico ontem.
Afetado pelo aumento do desemprego na região (o índice ficou em 9,7% em setembro na
zona do euro e em 9,2% na UE),
o mercado doméstico continua
a ser o principal problema para
as economias europeias.
E, por ser o desemprego um
indicador defasado (leva mais
tempo para se recuperar), os
governos se veem levados a trabalhar com alternativas para
incentivar o consumo.
Por ora, nem mesmo subsídios para incentivar o setor automotivo, como lembrou o "Financial Times", parecem ter
dado fôlego à demanda. O consumo baixou na Alemanha e ficou igual na França, após leve
melhora mesmo sob a crise.
Outro país que continua a patinar, atingido sobretudo pelo
recuo do setor da construção
civil, é a Espanha, que apresentou um recuo de 0,3%.
Os números de ontem ressaltaram por fim o bom desempenho das economias do leste.
A Lituânia apresentou o
maior avanço, 6%, mas é preciso levar em conta que o país estava entre os campeões de recuo. República Tcheca e Eslováquia também foram bem. A
Polônia, cuja economia foi a
que mais bem resistiu à crise na
comparação com outros países
do bloco, não apresentou resultados ainda.
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