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MERCADO ABERTO
Gerdau defende cautela nas eleições
O presidente do grupo Gerdau, Jorge Gerdau Johannpeter, afirma que os empresários terão que trabalhar
neste ano com mais cuidado nas
suas contribuições às campanhas
presidenciais. "O empresário
tem que se preocupar mais em
tocar o seu negócio, e menos com
a política", diz Gerdau.
Segundo ele, todas as denúncias feitas no ano passado com
relação ao caixa dois dos partidos
já devem fazer com que os empresários ajam com mais cautela
na campanha eleitoral. A seu ver,
as campanhas também deverão
ser mais modestas.
Apesar disso, Gerdau diz que a
eleição presidencial deverá ser
uma das mais disputadas da história. Para ele, a disputa entre o
presidente Luiz Inácio Lula da
Silva, cuja tentativa de reeleição é
dada como certa, e um candidato
do PSDB, seja ele o governador
Geraldo Alckmin ou o prefeito
José Serra, será bastante acirrada.
"A disputa será forte e teremos
um período muito perturbado
na política", diz o empresário.
Para Gerdau, isso não significa,
no entanto, que o país irá viver
um novo "terremoto" na economia, a exemplo do que aconteceu
na eleição presidencial de 2002. A
economia no Brasil, a seu ver,
tem mostrado sinais de independência em relação à política. A
inflação está controlada e as exportações continuam fortes.
Gerdau acha que, em 2006, a
economia irá crescer mais do que
no ano passado. Ele atribui a expectativa a dois fatores. Em primeiro lugar, ao fato de o governo
ter aumentado os investimentos,
e, em segundo, à queda do juro.
Embora preferisse que os juros
já estivessem mais baixos, Gerdau não faz parte do time de empresários que critica a política
monetária do Banco Central. Segundo ele, o combate à inflação
no Brasil ainda está muito apoiado na política de juros, o que deixa pouca margem de manobra
ao BC. "O país tem que usar os
juros para baixar a inflação."
O mais importante, a seu ver, é
que a política de queda de juros
seja consistente.
VOLTANDO A CRESCER
Após um ano de consolidação da digitalização de seu sistema de benefícios, com a
conclusão da migração dos
vales de papel para o cartão
Smart VR, o Grupo VR quer
colher os frutos da transição e
crescer por meio da ampliação
dos canais atingidos e dos serviços oferecidos. Com esse
propósito, acaba de fechar
uma parceria com a Associação Comercial de São Paulo,
que lhe permitirá oferecer seu
cartão de benefícios a cerca de
30 mil associados, a maioria
pequenas e médias empresas
-a expectativa é chegar a
25% de adesão até o fim do
ano. Outras parcerias estão a
caminho. "Utilizamos blocos
de negociação para criar volume de empresas de menor
porte, o que nos permite oferecer condições mais interessantes do que aquelas discutidas caso a caso", diz Claudio
Szajman, presidente do Grupo
VR. Segundo ele, a empresa,
que já oferece benefícios em
restaurantes, supermercados
e oficinas, irá agregar novos
serviços. "Com o posto de benefícios dentro da empresa,
abre-se a oportunidade para
realizar a venda cruzada, com
a oferta de outros serviços",
diz Szajman, que prevê um
crescimento do faturamento
na casa de dois dígitos neste
ano -em 2005, ficou estável e
alcançou R$ 3,5 bilhões.
MISSÃO NA RÚSSIA
A Abipecs (associação da indústria produtora e exportadora
de carne suína) irá reforçar a
missão que sai do Brasil hoje
com destino à Rússia. O objetivo
da viagem, liderada pelo governador de Santa Catarina, Luiz
Henrique da Silveira, é negociar
a reabertura das exportações das
carnes brasileiras, suspensas por
conta de focos de febre aftosa no
Paraná. Santa Catarina é o maior
exportador de carne suína do
Brasil. E a Rússia é o principal
comprador -em 2005, a fatia foi
de 65% do total vendido pelo
país. "Acreditamos que o comércio será normalizado até o fim do
mês", diz Pedro de Camargo Neto, presidente da Abipecs.
APOSTA ALTA
O presidente da CNI (Confederação Nacional da Indústria), Armando Monteiro, defende uma redução de um
ponto percentual na reunião
do Copom desta semana. Segundo ele, qualquer decisão
abaixo de 0,75 ponto percentual será um absurdo. Para ele,
o custo da política monetária
atingiu níveis insuportáveis, e
muita gente do governo concorda com essa crítica ao BC.
"A insistência do BC de manter
uma posição extremamente
conservadora impõe um sacrifício muito grande à sociedade
e, ao meu ver, desnecessário."
DIREITO AUTORAL
Deve ser votado no Senado,
nos próximos dias, o projeto de
lei que extingue o pagamento
dos direitos autorais de execução
pública das músicas que fazem
parte das trilhas sonoras dos filmes exibidos no Brasil. O projeto, de autoria dos senadores João
Capiberibe e Paulo Octávio, se
aprovado, beneficiará os exibidores cinematográficos. Hoje o
valor do direito autoral equivale
a R$ 0,25 de uma hipotética entrada de R$ 10 e é destinado a remunerar compositores, músicos, intérpretes e gravadoras, entre outros. O projeto tem causado apreensão entre os titulares
de direitos autorais das músicas
da trilha sonora de um filme.
MASSAS E MOLHOS
O brasileiro reconhece cada
vez mais a importância da
qualidade das massas à mesa.
Com essa percepção, acaba
de chegar ao país, para uma
visita de poucos dias, o italiano Enrico Iannone, diretor de
exportação de uma das principais marcas de massas de
seu país, a De Cecco. Ele vem
por ocasião do lançamento,
no Brasil, de uma linha de
molhos da marca, criada pelo
chef Heinz Beck, do estrelado
-no "Guia Michelin"- restaurante La Pergola e que
também está no país. No ano
passado, as vendas da marca,
que explora o nicho de massas "premium", no mercado
brasileiro subiram 38%. Entre
as mais vendidas, segundo a
importadora Cadal, responsável pela De Cecco no país,
estão as massas em forma de
ninhos, com fios enrolados.
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