São Paulo, domingo, 15 de janeiro de 2006

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MERCADO ABERTO

Gerdau defende cautela nas eleições

O presidente do grupo Gerdau, Jorge Gerdau Johannpeter, afirma que os empresários terão que trabalhar neste ano com mais cuidado nas suas contribuições às campanhas presidenciais. "O empresário tem que se preocupar mais em tocar o seu negócio, e menos com a política", diz Gerdau.
Segundo ele, todas as denúncias feitas no ano passado com relação ao caixa dois dos partidos já devem fazer com que os empresários ajam com mais cautela na campanha eleitoral. A seu ver, as campanhas também deverão ser mais modestas.
Apesar disso, Gerdau diz que a eleição presidencial deverá ser uma das mais disputadas da história. Para ele, a disputa entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, cuja tentativa de reeleição é dada como certa, e um candidato do PSDB, seja ele o governador Geraldo Alckmin ou o prefeito José Serra, será bastante acirrada. "A disputa será forte e teremos um período muito perturbado na política", diz o empresário.
Para Gerdau, isso não significa, no entanto, que o país irá viver um novo "terremoto" na economia, a exemplo do que aconteceu na eleição presidencial de 2002. A economia no Brasil, a seu ver, tem mostrado sinais de independência em relação à política. A inflação está controlada e as exportações continuam fortes.
Gerdau acha que, em 2006, a economia irá crescer mais do que no ano passado. Ele atribui a expectativa a dois fatores. Em primeiro lugar, ao fato de o governo ter aumentado os investimentos, e, em segundo, à queda do juro.
Embora preferisse que os juros já estivessem mais baixos, Gerdau não faz parte do time de empresários que critica a política monetária do Banco Central. Segundo ele, o combate à inflação no Brasil ainda está muito apoiado na política de juros, o que deixa pouca margem de manobra ao BC. "O país tem que usar os juros para baixar a inflação."
O mais importante, a seu ver, é que a política de queda de juros seja consistente.

VOLTANDO A CRESCER
Após um ano de consolidação da digitalização de seu sistema de benefícios, com a conclusão da migração dos vales de papel para o cartão Smart VR, o Grupo VR quer colher os frutos da transição e crescer por meio da ampliação dos canais atingidos e dos serviços oferecidos. Com esse propósito, acaba de fechar uma parceria com a Associação Comercial de São Paulo, que lhe permitirá oferecer seu cartão de benefícios a cerca de 30 mil associados, a maioria pequenas e médias empresas -a expectativa é chegar a 25% de adesão até o fim do ano. Outras parcerias estão a caminho. "Utilizamos blocos de negociação para criar volume de empresas de menor porte, o que nos permite oferecer condições mais interessantes do que aquelas discutidas caso a caso", diz Claudio Szajman, presidente do Grupo VR. Segundo ele, a empresa, que já oferece benefícios em restaurantes, supermercados e oficinas, irá agregar novos serviços. "Com o posto de benefícios dentro da empresa, abre-se a oportunidade para realizar a venda cruzada, com a oferta de outros serviços", diz Szajman, que prevê um crescimento do faturamento na casa de dois dígitos neste ano -em 2005, ficou estável e alcançou R$ 3,5 bilhões.

MISSÃO NA RÚSSIA
A Abipecs (associação da indústria produtora e exportadora de carne suína) irá reforçar a missão que sai do Brasil hoje com destino à Rússia. O objetivo da viagem, liderada pelo governador de Santa Catarina, Luiz Henrique da Silveira, é negociar a reabertura das exportações das carnes brasileiras, suspensas por conta de focos de febre aftosa no Paraná. Santa Catarina é o maior exportador de carne suína do Brasil. E a Rússia é o principal comprador -em 2005, a fatia foi de 65% do total vendido pelo país. "Acreditamos que o comércio será normalizado até o fim do mês", diz Pedro de Camargo Neto, presidente da Abipecs.

APOSTA ALTA
O presidente da CNI (Confederação Nacional da Indústria), Armando Monteiro, defende uma redução de um ponto percentual na reunião do Copom desta semana. Segundo ele, qualquer decisão abaixo de 0,75 ponto percentual será um absurdo. Para ele, o custo da política monetária atingiu níveis insuportáveis, e muita gente do governo concorda com essa crítica ao BC. "A insistência do BC de manter uma posição extremamente conservadora impõe um sacrifício muito grande à sociedade e, ao meu ver, desnecessário."

DIREITO AUTORAL
Deve ser votado no Senado, nos próximos dias, o projeto de lei que extingue o pagamento dos direitos autorais de execução pública das músicas que fazem parte das trilhas sonoras dos filmes exibidos no Brasil. O projeto, de autoria dos senadores João Capiberibe e Paulo Octávio, se aprovado, beneficiará os exibidores cinematográficos. Hoje o valor do direito autoral equivale a R$ 0,25 de uma hipotética entrada de R$ 10 e é destinado a remunerar compositores, músicos, intérpretes e gravadoras, entre outros. O projeto tem causado apreensão entre os titulares de direitos autorais das músicas da trilha sonora de um filme.

MASSAS E MOLHOS
O brasileiro reconhece cada vez mais a importância da qualidade das massas à mesa. Com essa percepção, acaba de chegar ao país, para uma visita de poucos dias, o italiano Enrico Iannone, diretor de exportação de uma das principais marcas de massas de seu país, a De Cecco. Ele vem por ocasião do lançamento, no Brasil, de uma linha de molhos da marca, criada pelo chef Heinz Beck, do estrelado -no "Guia Michelin"- restaurante La Pergola e que também está no país. No ano passado, as vendas da marca, que explora o nicho de massas "premium", no mercado brasileiro subiram 38%. Entre as mais vendidas, segundo a importadora Cadal, responsável pela De Cecco no país, estão as massas em forma de ninhos, com fios enrolados.

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