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Governo quer regras mais flexíveis no setor
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O governo estuda flexibilizar as
regras de enquadramento para
aplicações dos fundos de pensão.
A medida, que faz parte do plano
de ação da Secretaria de Previdência Complementar para este ano,
está sendo discutida no grupo interministerial que elabora medidas para aperfeiçoar o mercado
de capitais e elevar a poupança de
longo prazo.
Atualmente, os fundos são obrigados a cumprir regras que impõem limites para aplicações em
renda fixa, renda variável, imóveis e empréstimos e financiamentos a participantes. "Muitos
colocam que é preciso alterar os
limites rígidos de enquadramento. Queremos fazer uma flexibilização sem mexer no conceito dos
limites", disse o secretário de Previdência Complementar, Adacir
Reis.
Ele afirma que hoje um fundo
que esteja próximo do seu limite
para investimento em ações, por
exemplo, pode ficar repentinamente desenquadrado e ser obrigado a vendê-las em um prazo
muito curto. "Se o fundo está próximo do limite e as suas ações dispararam, automaticamente, ele se
desenquadra. Nesse caso, a venda
tem de ser feita em um prazo de
seis meses", disse.
Nesse caso, o governo estuda,
entre outras saídas, elevar o prazo
para venda dos papéis para um
ano. "Podem ser criadas também
alternativas compensatórias. O
fundo teria que compensar o desenquadramento substituindo
outros investimentos", acrescentou Reis. De acordo com o secretário, hoje o desenquadramento
não é um problema geral do setor.
"Mas, conjunturalmente, isso pode aparecer", disse.
Sem corretoras
Além de alterar as regras de enquadramento, o chamado grupo
técnico do mercado de capitais estuda tornar obrigatória a atuação
dos fundos de pensão no mercado de capitais somente por meio
das chamadas plataformas eletrônicas. Isso acabaria com a intermediação das corretoras de valores. A medida, na avaliação de
Adacir, traria mais transparência
e eficiência às operações.
O assunto será um dos temas da
pauta da reunião do grupo, que
acontecerá até o final do mês. Reis
adianta que o Tesouro Nacional e
o Banco Central são simpáticos à
proposta. "Mas há um entendimento de que a medida tenha que
ser mais ampla, não ficar só restrita aos fundos, pois isso poderia ter
algum efeito colateral", afirmou o
secretário.
As intermediações das corretoras de valores em operações com
fundos de pensão têm dado margem a vários tipos de irregularidade. A CPI dos Correios, por exemplo, detectou várias operações em
que a intermediação de corretoras
levou a prejuízos milionários por
parte dos fundos.
A SPC nega, no entanto, que a
motivação para a mudança seja as
denúncias.
Enquanto a discussão não avança, Reis afirma que o governo tem
feito uma campanha para estimular a adoção das plataformas eletrônicas.
"Antes da compulsoriedade, estamos buscando uma forte adesão", afirmou o secretário. (JS)
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