São Paulo, terça-feira, 15 de janeiro de 2008

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Citi deve perder US$ 24 bi, diz canal de TV

Banco norte-americano pode anunciar hoje também o corte de 24 mil funcionários, cerca de 8% da sua força de trabalho

Fundo do governo do Kuait deve, segundo o "Financial Times", injetar de US$ 2 bi a US$ 3 bi no Citi, que deseja mais investidores

DA REDAÇÃO

O Citigroup, uma das instituições mais afetadas pela crise financeira nos EUA, deve anunciar hoje uma baixa contábil de até US$ 24 bilhões devido a perdas com o mercado hipotecário "subprime" (de alto risco), segundo a rede de TV CNBC. Além disso, a instituição pode demitir até 24 mil funcionários, cerca de 8% da sua força de trabalho.
Caso seja confirmado, o prejuízo do Citigroup será maior do que o estimado por analistas. Nos últimos dias, o Goldman Sachs disse que as perdas do Citi seriam de quase US$ 19 bilhões, e as do Merrill Lynch, de US$ 16 bilhões.
De acordo com o canal de TV, o banco deve cortar entre 17 mil e 24 mil postos de trabalho neste ano, por meio de dispensas e vendas de alguns negócios, e reduzir os dividendos pagos aos acionistas. Cogita-se que a instituição venderá no Brasil participação na Redecard (administradora de cartões de crédito) -ela também tem participação relevante na Brasil Telecom, que pode ser negociada com a Oi (ex-Telemar).
Os planos devem ser anunciados na manhã de hoje pelo novo executivo-chefe do banco, Vikram Pandit, durante a divulgação dos resultados do quarto trimestre. O antecessor de Pandit, Chuck Prince, renunciou ao cargo no início de novembro de 2007, pouco depois de anunciar que o banco teria baixa contábil com títulos lastreados em hipotecas "subprime" entre US$ 8 bilhões e US$ 11 bilhões no último trimestre do ano passado.
Além disso, Pandit está buscando novos investidores para injetar novos aportes na instituição. Segundo o "Financial Times", o fundo soberano (fundos de investimento de governo) do Kuait deve investir entre US$ 2 bilhões e US$ 3 bilhões.
Na semana passada, o "Wall Street Journal" afirmou que o Citigroup deve levantar uma quantia não revelada com o príncipe saudita Alwaleed bin Talal. Com isso, o saudita deve se tornar novamente o maior acionista individual da instituição, posto que havia perdido em novembro, quando o fundo de Abu Dhabi (Emirados Árabes) comprou por US$ 7,5 bilhões 4,9% das ações do banco.
O Banco de Desenvolvimento da China também teria interesse em investir no banco, mas seu projeto de injetar US$ 2 bilhões foi bloqueado pelo governo chinês, ainda de acordo com o "Wall Street Journal". Um fundo americano e outro, do governo de Cingapura, também devem investir no Citigroup.
O fundo soberano do Kuait, um dos maiores do mundo, deve injetar outros US$ 4 bilhões no Merrill Lynch, diz o "Financial Times". A instituição vai anunciar nesta semana, segundo o "New York Times", baixa contábil de US$ 15 bilhões. Outros bancos dos EUA, como o Morgan Stanley, levantaram dinheiro com fundos de fora.


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