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Agrofolha
Transgênico domina 48% da área de soja do Paraná
Estimativa é da Federação da Agricultura; para secretaria, parcela é de 41%
Governo Requião se opõe ao uso de grãos geneticamente
modificados; presidente de entidade defende liberdade
de escolha dos agricultores
DIMITRI DO VALLE
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CURITIBA
Produtores de soja do Paraná
já registram crescimento no
uso de grãos transgênicos na
safra 2007/2008, que começa a
ser colhida em fevereiro.
Entidades do agronegócio estimam que o plantio do produto geneticamente modificado
atinja 48% das lavouras do Estado -segundo maior produtor
de soja do país, que deve colher
cerca de 12 milhões de toneladas nessa safra.
Em relação à safra passada, a
presença de grãos transgênicos
deve aumentar 2%, segundo as
estimativas. O número é comemorado pelo setor, que enfrenta oposição do governo do Estado, contrário ao transgênicos.
"Queremos ter o direito e a liberdade de defender o que o
produtor quer plantar. Não
adianta querer impor goela
abaixo", afirmou Ágide Meneguette, presidente da Faep (Federação da Agricultura do Estado do Paraná).
Em 2003, a Faep e o DEM ingressaram com uma Adin
(Ação Direta de Inconstitucionalidade) no STF (Supremo
Tribunal Federal) e conseguiram derrubar uma lei do governador Roberto Requião
(PMDB) que proibia o plantio
de transgênicos no Estado.
A lei foi considerada inconstitucional porque o assunto é
de responsabilidade do governo federal.
Na mesma época, a União havia editado medida provisória
liberando o cultivo da soja
transgênica no país.
Para o secretário da Agricultura do Estado, Valter Bianchini, os números sobre o plantio
de transgênicos no Paraná "podem ser interpretados de diferentes formas". Segundo ele,
"não houve um crescimento
expressivo dos transgênicos
como se esperava". Ele estima,
contudo, que ao menos 41% das
lavouras do Estado (sete pontos percentuais abaixo do divulgado pela Faep) tenham
grãos geneticamente alterados.
Bianchini diz que países como França e Japão impõem
restrições aos transgênicos.
"Nós estamos comemorando
também. Ainda há uma boa
vantagem da tecnologia convencional, que é mais democrática e menos oligopolizada",
disse o secretário, em referência à obrigação de pagamento
de royalties, pelos produtores,
para empresas detentoras da
patente dos grãos geneticamente modificados.
Pelo segundo ano consecutivo, o produtor rural Nelson Paludo, 51, investe no plantio de
soja transgênica na propriedade de 250 hectares em Toledo
(549 km de Curitiba). Paludo
diz que não tem observado restrições de clientes ao produto.
"Já está tudo vendido."
Segundo ele, o tratamento da
lavoura com transgênicos gera
menos custo. Ele afirma que
gastava, por hectare, R$ 962 para o cultivo com grão convencional. Agora, desembolsa R$
857. "Fazíamos até quatro aplicações de herbicida no convencional. Com o transgênico, basta uma passada do produto."
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