São Paulo, quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

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Reservas internacionais chinesas crescem à menor taxa desde 2001

DE PEQUIM

As reservas internacionais chinesas tiveram no ano passado o menor crescimento desde 2001. O dado divulgado pelo banco central chinês reforça os temores de que diminua o apetite da potência asiática por títulos americanos, especialmente quando os EUA mais precisam saldar seus déficits.
As reservas aumentaram em US$ 417 bilhões em 2008, US$ 44,1 bilhões menos que em 2007. O total de reservas do país chegou a US$ 1,95 trilhão.
A desaceleração foi mais pronunciada nos últimos quatro meses do ano. Segundo o Banco do Povo, nome oficial do BC, a queda no crescimento das reservas se deve à menor entrada de capitais no país e à queda nas exportações. De acordo com a agência estatal Xinhua, o governo tem estado preocupado com especuladores apostando na apreciação do yuan, a moeda chinesa. E teme que isso crie bolhas e eleve a pressão pela valorização do câmbio, o que tornaria o sistema financeiro doméstico "vulnerável".
Esse fluxo não aconteceu, e muitos investidores tiraram dinheiro do país para compensar perdas em mercados nos Estados Unidos.
"Calculo que houve saída de capitais a US$ 40 bilhões/mês no último trimestre de 2008", diz o economista Ben Simpfendorfer, do Royal Bank of Scotland, em Hong Kong.
"Depósitos em yuans em Hong Kong também caíram porque os investidores não esperam nenhuma valorização."
Mas alguns economistas acham que o temor pela queda nas reservas é exagerado. "É difícil pensar em um cenário em que as reservas deixem de crescer. Mesmo que as exportações caiam, o país continuará a ter superávits comerciais e de conta corrente", disse à Folha James McCormack, da Fitch Ratings, em Hong Kong.
"Mesmo com menos investimentos diretos, será um número importante. Haverá pressão sobre o yuan, então será melhor mais acúmulo de reservas pela China. É mais fácil colocar dinheiro na China que tirar, há controles de capital", diz. (RJL)


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