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São Paulo, sábado, 15 de fevereiro de 2003

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Estatal gastará US$ 1,8 bi com 4 plataformas

DA SUCURSAL DO RIO

A Petrobras irá contratar US$ 1,8 bilhão até o final do primeiro semestre deste ano em quatro novas plataformas de produção de petróleo. Nessas licitações, a estatal adotará regras para garantir um percentual mínimo de encomendas às empresas nacionais, segundo o presidente da companhia, José Eduardo Dutra.
A estatal seguirá, portanto, a orientação do governo de ser um agente de política industrial por meio de suas compras. Durante a campanha, Lula criticou o fato de a Petrobras montar plataformas no exterior, deixando de gerar empregos no país.
Além da P-51 e da P-52, que tiveram sua licitação adiada nesta semana, a Petrobras irá abrir concorrência para encomendar mais duas plataformas: a P-53, que irá para o campo Roncador, na bacia de Campos, e será licitada em junho, e a P-54, que irá operar no campo de Marlim Sul e será licitada em abril. Cada uma custará cerca de US$ 400 milhões.
Segundo Dutra, as alterações em estudo no edital da P-51 e da P-52 vão valer para as outras duas plataformas.
Ele afirmou que pode-se garantir de duas formas o conteúdo nacional mínimo: ou fixando um percentual, que pode variar de 40% a 60% do total das encomendas, ou obrigando o vencedor a fazer algumas partes da obra e comprar certas peças no país. O modelo a ser adotado não está definido.
"Se não tem exigência nenhuma, o cara vai fazer a proposta [para a licitação" de acordo com seus interesses", disse.
Como exemplo, disse que poderá ser obrigatório realizar as integrações dos módulos da plataforma em estaleiros brasileiros.
Para melhorar as condições das empresas nacionais nas concorrências, Dutra afirmou que o governo estuda um modelo para o BNDES financiar os participantes das licitações.
Dutra reconhece que incluir reserva de mercado para empresas nacionais pode elevar o custo das obras. Mas disse que haverá reserva "naquele tipo de serviço no qual a Petrobras sabe que a empresa nacional tem condições de competir".

Refino
Segundo Dutra, os números da Petrobras sobre o déficit da capacidade de refino são diferentes daqueles da ANP (Agência Nacional do Petróleo).
Os dados da estatal mostram que o país precisa ter uma nova refinaria em 2008, produzindo 150 mil barris/dia. Precisa ainda de mais 200 mil barris, que virão da ampliação das atuais refinarias da empresa. Ou seja: 350 mil barris/dia. A ANP afirma que a defasagem será superior a 800 mil barris em 2010.
"A ANP fala de um apagão de refino que na nossa avaliação partiu de uma premissa errada", disse, acrescentando que o estudo contratado pela agência não levou em conta a mistura do álcool à gasolina, que varia de 20% a 25%.
Dutra disse que a Petrobras participará de novos projetos, como minoritária ou controladora, dependendo de quem for o sócio. Afirmou ainda que, do ponto-de-vista "puramente" econômico, é mais barato montar uma unidade em São Paulo, por causa da infra-estrutura instalada.


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