São Paulo, quarta-feira, 15 de março de 2006

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Consumo igual a pré-racionamento só virá em 2014

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Os consumidores residenciais só voltarão a gastar a mesma quantidade de energia que usavam antes do racionamento (junho de 2001 a fevereiro de 2002) em 2014, segundo projeções feitas pelo presidente da EPE (Empresa de Planejamento Energético), Maurício Tolmasquim.
A EPE, uma empresa estatal, é responsável pelos estudos do Plano de Decenal de Expansão de Energia Elétrica.
O consumo médio das residências antes do racionamento era de aproximadamente 180 kWh/mês (quilowatt-hora por mês). Atualmente, o consumo está próximo de 142 kWh/mês.
No cenário considerado como "de referência" no Plano Decenal, que prevê crescimento da econômico médio de 4,2% ao ano, o consumo médio residencial chega a 188 kWh/ mês em 2015.
O racionamento de energia foi adotado em junho de 2001 porque o nível de água das usinas hidrelétricas estava muito baixo e não haveria como garantir o abastecimento de energia no país.
Na ocasião, foi decretada a redução compulsória de 20% no consumo de energia e os consumidores residenciais tiveram cotas de gasto fixadas. Quem ultrapassasse a cota pagava tarifa extra e quem consumisse menos ganhava bônus.
Ao longo do racionamento, a população foi adquirindo hábitos mais racionais para o uso da energia. Alguns equipamentos eletrodomésticos pouco econômicos foram substituídos por modelos que gastavam menos energia ou deixaram de ser usados.
Em termos absolutos, no entanto, já houve recuperação. Em 2000, o consumo total da classe residencial foi de 82.693 GWh (gigawatts hora). Em 2001, ano em que o racionamento foi adotado, o consumo total caiu para 73.770 GWh.
Essa queda no consumo reduziu conseqüentemente a receita das distribuidoras, o que originou uma tarifa extra para os consumidores para compensar a perda.
No final do ano passado, no entanto, já havia recuperado o nível de 2000. O consumo médio, que é o consumo total dividido pelo número de residências, não aumentou no mesmo ritmo porque também houve crescimento da população.
Pelas projeções da EPE, o consumo residencial crescerá 5,8% ao ano entre 2005 e 2010 e 5,5% de 2010 a 2015. O consumo industrial terá um crescimento mais lento: 4,3% ao ano até 2015. O melhor desempenho será o comercial: crescimento de 6,7% de 2005 a 2010 e 6,8% de 2010 a 2015.
Atualmente, os consumidores residenciais são responsáveis por 24% do total da energia consumida no país. A indústria responde por 47%, o comércio por 15% e os demais consumidores (como rurais e poder público, por exemplo), com 14%.
Essa divisão não sofrerá muitas alterações até 2015: os consumidores residenciais terão 25%, a indústria terá 43%, o comércio, 18% e os demais consumidores, 14%.


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