|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Consumo igual a pré-racionamento só virá em 2014
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Os consumidores residenciais só voltarão a gastar a mesma quantidade de energia que
usavam antes do racionamento
(junho de 2001 a fevereiro de
2002) em 2014, segundo projeções feitas pelo presidente da
EPE (Empresa de Planejamento Energético), Maurício Tolmasquim.
A EPE, uma empresa estatal,
é responsável pelos estudos do
Plano de Decenal de Expansão
de Energia Elétrica.
O consumo médio das residências antes do racionamento
era de aproximadamente 180
kWh/mês (quilowatt-hora por
mês). Atualmente, o consumo
está próximo de 142 kWh/mês.
No cenário considerado como "de referência" no Plano
Decenal, que prevê crescimento da econômico médio de
4,2% ao ano, o consumo médio
residencial chega a 188 kWh/
mês em 2015.
O racionamento de energia
foi adotado em junho de 2001
porque o nível de água das usinas hidrelétricas estava muito
baixo e não haveria como garantir o abastecimento de energia no país.
Na ocasião, foi decretada a
redução compulsória de 20%
no consumo de energia e os
consumidores residenciais tiveram cotas de gasto fixadas.
Quem ultrapassasse a cota pagava tarifa extra e quem consumisse menos ganhava bônus.
Ao longo do racionamento, a
população foi adquirindo hábitos mais racionais para o uso da
energia. Alguns equipamentos
eletrodomésticos pouco econômicos foram substituídos
por modelos que gastavam menos energia ou deixaram de ser
usados.
Em termos absolutos, no entanto, já houve recuperação.
Em 2000, o consumo total da
classe residencial foi de 82.693
GWh (gigawatts hora). Em
2001, ano em que o racionamento foi adotado, o consumo
total caiu para 73.770 GWh.
Essa queda no consumo reduziu conseqüentemente a receita das distribuidoras, o que
originou uma tarifa extra para
os consumidores para compensar a perda.
No final do ano passado, no
entanto, já havia recuperado o
nível de 2000. O consumo médio, que é o consumo total dividido pelo número de residências, não aumentou no mesmo
ritmo porque também houve
crescimento da população.
Pelas projeções da EPE, o
consumo residencial crescerá
5,8% ao ano entre 2005 e 2010 e
5,5% de 2010 a 2015. O consumo industrial terá um crescimento mais lento: 4,3% ao ano
até 2015. O melhor desempenho será o comercial: crescimento de 6,7% de 2005 a 2010 e
6,8% de 2010 a 2015.
Atualmente, os consumidores residenciais são responsáveis por 24% do total da energia consumida no país. A indústria responde por 47%, o
comércio por 15% e os demais
consumidores (como rurais e
poder público, por exemplo),
com 14%.
Essa divisão não sofrerá muitas alterações até 2015: os consumidores residenciais terão
25%, a indústria terá 43%, o comércio, 18% e os demais consumidores, 14%.
Texto Anterior: Infra-estrutura: Governo lista Angra 3 em plano energético Próximo Texto: Elétrica doa geladeira contra desperdício Índice
|