São Paulo, quarta-feira, 15 de março de 2006

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MERCADO FINANCEIRO

Novas denúncias envolvendo Palocci não influenciam indicadores; Bolsa se recupera e sobe 2,03%

Cenário externo facilita queda do dólar

DA REPORTAGEM LOCAL

O dia ontem foi de recuperação para o mercado financeiro. Com o recuo das taxas pagas pelos títulos do Tesouro norte-americano, a Bovespa encontrou espaço para subir 2,03%. O dólar recuou 0,37%, indo a R$ 2,126.
O mercado não deu muita atenção às novas denúncias surgidas ontem envolvendo o ministro Antonio Palocci (Fazenda).
"Os investidores estavam muito mais interessados na evolução do mercado internacional. É claro que o âmbito político sempre tem importância, mas o foco dos investidores neste momento está mesmo no cenário externo", afirma Maristella Ansanelli, economista-chefe do banco Fibra.
O dólar comercial caiu pelo quarto dia consecutivo, depois de sofrer certa pressão e bater nos R$ 2,186 há uma semana.
Mesmo com o real retomando sua rota de apreciação, o Banco Central manteve sua recente decisão de cancelar o leilão de "swap cambial reverso". Como essa operação equivale a compras de dólares no mercado futuro, acaba por ajudar a evitar apreciações mais relevantes do real.
"Uma eventual saída do Palocci da Fazenda traria alguma inquietação ao mercado, ao menos até a definição de seu substituto. Mas, por enquanto, o mercado está bem tranqüilo, atento mais aos fundamentos econômicos positivos", afirma Alex Agostini, economista da consultoria Austin Rating.
Já a escolha do governador paulista, Geraldo Alckmin, para concorrer na eleição presidencial deste ano pelo PSDB teve repercussão positiva do mercado. A Bolsa paulista ampliou sua alta após o anuncio da decisão, no fim da tarde de ontem, fechando na máxima do dia (2,03% de valorização).
A Bovespa movimentou quase R$ 2 bilhões. Ações do setor de energia elétrica se destacaram: Cesp PN subiu 9,53%, e Eletrobrás PNB teve alta de 6,78%.
À espera da divulgação da ata da última reunião do Copom (Comitê de Política Monetária), amanhã, os juros futuros caíram mais um pouco.
No pregão da Bolsa de Mercadorias & Futuros, o contrato DI -que mostra as projeções para os juros- que vence na virada do ano fechou com taxa de 14,99%, contra 15,02% do dia anterior.
No DI com resgate no fim de 2007, a taxa caiu de 14,54% para 14,50% anuais.
(FABRICIO VIEIRA)


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