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ECONOMIA GLOBAL
Saldo negativo avança 20% em 2005 e atinge novo recorde; especialistas se preocupam com financiamento
Déficit dos EUA com exterior vai a US$ 805 bi
DA REDAÇÃO
O déficit em conta corrente dos
Estados Unidos aumentou para
US$ 804,9 bilhões no ano passado, um recorde, valor 20,4%
maior que o registrado em 2004,
de US$ 668,1 bilhões.
O saldo em conta corrente leva
em conta não só a importação e a
exportação de bens e serviços (balança comercial) mas também os
fluxos de investimento e transferências unilaterais entre os países.
O aumento do déficit em conta
corrente significa que os EUA têm
que se endividar mais com outras
nações para pagar pela diferença
entre os dólares que entram e
saem do país.
Os chamados "déficits gêmeos"
dos Estados Unidos (fiscal e em
conta corrente) são, para muitos
especialistas, motivo de preocupação, já que o país aumenta cada
vez mais sua dependência de financiamento estrangeiro.
Alguns economistas acreditam
que esse desequilíbrio possa levar
à desvalorização do dólar, com
conseqüências para a economia
global. "O fato é que um déficit
em conta corrente dessa magnitude sem precedentes é insustentável e não há esperança de que ele
seja resolvido somente por meio
de aumento das exportações",
disse Paul Ashworth, analista da
Capital Economics.
Por enquanto, porém, os Estados Unidos não têm tido problemas para financiar seus déficits, já
que outros países continuam
comprando ativos em dólar em
ritmo forte.
O déficit em conta corrente em
2005 também foi recorde em termos de proporção do PIB (Produto Interno Bruto), ao chegar a
6,4%. Em 2004, o déficit havia ficado em 5,7% do PIB.
O buraco no quarto trimestre de
2005 subiu 21,3% em relação ao
registrado no trimestre anterior,
para US$ 224,9 bilhões, principalmente devido à alta dos gastos
com petróleo.
O recente aumento do fluxo de
dólares para fora dos EUA tem levado a preocupações de especialistas e da opinião pública do país.
Há quem ache que os Estados
Unidos estão se abrindo demais
ao resto do mundo, como ficou
claro no caso da possível compra
de operações em portos americanos por uma empresa dos Emirados Árabes Unidos, proposta que
teve oposição de vários setores.
Bernanke
O déficit fiscal crescente dos Estados Unidos pode ameaçar a
saúde econômica do país a longo
prazo, disse o presidente do Fed
(Federal Reserve, o banco central
dos EUA), Ben Bernanke, em carta enviada a senador. Bernanke
afirmou que é "desejável" que o
rombo seja reduzido. No último
ano fiscal, o déficit ficou em US$
319 bilhões.
O presidente do Fed também
afirmou que os desequilíbrios comerciais globais são causados pelo mercado e que políticas governamentais podem fazer pouco
para mudar a situação.
Com agências internacionais
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