|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Negócio entre Vale e Xstrata não afeta preço, diz siderurgia
Para o ThyssenKrupp, Vale faz um "excelente negócio"
CIRILO JUNIOR
DA FOLHA ONLINE, NO RIO
Diretores de empresas do setor siderúrgico consideram que
a possível compra da Xstrata
pela Vale não vai aumentar o
preço do minério de ferro.
O presidente do Conselho de
Administração do grupo industrial alemão ThyssenKrupp,
Hans-Ulrich Lindenberg, disse
que a conclusão do negócio
"não pode tornar as negociações [de minério de ferro] mais
duras do que já são hoje".
"A Vale está fazendo um excelente negócio com essa compra", disse Lindenberg, durante a 14ª Conferência Mundial
do Aço, encerrada no Rio.
Segundo ele, há anos os reajustes do minério de ferro têm
sido ""difíceis". Lindenberg explicou que os preços estão mais
altos do que qualquer um poderia imaginar há dez anos, e isso
é resultado da consolidação do
mercado de minério de ferro.
As principais mineradoras
-Vale, BHP Billiton, Rio Tinto
e Xstrata- detêm 79% de participação, ressaltou.
""A Vale tem feito um excelente trabalho nas negociações
de preços. Estamos no mesmo
barco, dependemos deles como
fornecedores, e eles, de nós como compradores", disse. Em
fevereiro, a Vale reajustou em
66% o preço do minério de ferro para a siderúrgica alemã, em
uma rodada de aumento que foi
feita também para empresas
européias e asiáticas.
O presidente da ArcelorMittal do Brasil, José Armando
Campos, destacou que o negócio seria benéfico para o Brasil.
Segundo Campos, o negócio
entre Xstrata e Vale não afeta a
questão dos preços do minério
de ferro no mercado mundial.
Para ele, os valores estão mais
ligados ao balanço entre oferta
e demanda. ""Se conseguir comprar, é o fortalecimento de uma
empresa brasileira. É bom para
nós [Brasil]", afirmou.
As opiniões dos executivos
foram compartilhadas pelo
presidente da Usiminas, Reinaldo Campos Soares. Para ele,
o negócio com a Xstrata é desenvolvimento da Vale.
Ele disse ainda que, até o
meio do ano, as siderúrgicas deverão fazer uma correção de
preços, repassando o recente
aumento do preço do minério
de ferro. Em fevereiro, a Usiminas já fez o reajuste de 9%.
Lindenberg também defendeu a manutenção do atual sistema de negociação de preços
do minério de ferro, no qual as
mineradoras negociam diretamente com as siderúrgicas.
Texto Anterior: Europa: Inflação na zona do euro bate recorde Próximo Texto: Tributos: SP e Ceará fazem acordo para coibir sonegação Índice
|