São Paulo, sábado, 15 de março de 2008

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Negócio entre Vale e Xstrata não afeta preço, diz siderurgia

Para o ThyssenKrupp, Vale faz um "excelente negócio"

CIRILO JUNIOR
DA FOLHA ONLINE, NO RIO

Diretores de empresas do setor siderúrgico consideram que a possível compra da Xstrata pela Vale não vai aumentar o preço do minério de ferro.
O presidente do Conselho de Administração do grupo industrial alemão ThyssenKrupp, Hans-Ulrich Lindenberg, disse que a conclusão do negócio "não pode tornar as negociações [de minério de ferro] mais duras do que já são hoje".
"A Vale está fazendo um excelente negócio com essa compra", disse Lindenberg, durante a 14ª Conferência Mundial do Aço, encerrada no Rio.
Segundo ele, há anos os reajustes do minério de ferro têm sido ""difíceis". Lindenberg explicou que os preços estão mais altos do que qualquer um poderia imaginar há dez anos, e isso é resultado da consolidação do mercado de minério de ferro. As principais mineradoras -Vale, BHP Billiton, Rio Tinto e Xstrata- detêm 79% de participação, ressaltou.
""A Vale tem feito um excelente trabalho nas negociações de preços. Estamos no mesmo barco, dependemos deles como fornecedores, e eles, de nós como compradores", disse. Em fevereiro, a Vale reajustou em 66% o preço do minério de ferro para a siderúrgica alemã, em uma rodada de aumento que foi feita também para empresas européias e asiáticas.
O presidente da ArcelorMittal do Brasil, José Armando Campos, destacou que o negócio seria benéfico para o Brasil. Segundo Campos, o negócio entre Xstrata e Vale não afeta a questão dos preços do minério de ferro no mercado mundial. Para ele, os valores estão mais ligados ao balanço entre oferta e demanda. ""Se conseguir comprar, é o fortalecimento de uma empresa brasileira. É bom para nós [Brasil]", afirmou.
As opiniões dos executivos foram compartilhadas pelo presidente da Usiminas, Reinaldo Campos Soares. Para ele, o negócio com a Xstrata é desenvolvimento da Vale.
Ele disse ainda que, até o meio do ano, as siderúrgicas deverão fazer uma correção de preços, repassando o recente aumento do preço do minério de ferro. Em fevereiro, a Usiminas já fez o reajuste de 9%.
Lindenberg também defendeu a manutenção do atual sistema de negociação de preços do minério de ferro, no qual as mineradoras negociam diretamente com as siderúrgicas.


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