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Vendas do comércio aumentam 11,8%
Setor começa 2008 aquecido e registra o maior crescimento desde 2004, na comparação com o ano anterior, aponta IBGE
Com ajuda do crédito, o segmento mais dinâmico em janeiro foi o de móveis e eletrodomésticos, que teve uma expansão de 16%
PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO
Após registrar alta recorde
em 2007, o comércio varejista
começou o ano novamente
aquecido: as vendas, em volume, subiram 1,8% em janeiro
na comparação livre de influências sazonais com dezembro. É a maior taxa desde novembro, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística).
O resultado representa uma
aceleração no ritmo das vendas, que voltaram a crescer, depois de terem ficado estáveis
em dezembro. Na comparação
com janeiro de 2007, o comércio registrou expansão de 11,8%
-nesse caso, a maior alta desde
junho de 2004 (12%).
Para o IBGE, os fatores que
impulsionaram o desempenho
do comércio no primeiro mês
do ano são os mesmos que levaram o setor a fechar 2007 com
expansão de 9,6% -mais alta
marca de toda a série da pesquisa do IBGE, iniciada em 2001.
"Mais uma vez, a conjuntura
econômica favoreceu o comércio por meio do aumento da
massa salarial, do emprego, da
renda, do crédito e do dólar baixo", disse Reinaldo Pereira,
economista da Coordenação de
Serviços e Comércio do IBGE.
Beneficiado pelo crédito, o
setor mais dinâmico foi o de
móveis e eletrodomésticos
-alta de 9,8% de janeiro para
dezembro-, mantendo a tendência do ano passado. Na
comparação com janeiro de
2007, a expansão ficou em 16%.
O setor foi influenciado positivamente também pelas grandes liquidações realizadas em
janeiro por cadeias do ramo, segundo Carlos Thadeu de Freitas, economista da CNC.
"O comércio ainda cresce
embalado pelo bom desempenho do ano passado, quando o
crédito cresceu muito, o que
não deve se repetir na mesma
intensidade neste ano", disse.
As promoções impulsionaram ainda o setor de tecidos,
vestuário e calçados, cujas vendas subiram 3,7% ante dezembro e 15,4% em relação a janeiro de 2007. Desempenho mais
modesto, porém, teve o ramo
de híper e supermercados e demais lojas de alimentos e bebidas, afetado pela persistente alta do preço dos alimentos. O
volume de vendas do setor subiu 1,1% na comparação com
dezembro. A alta foi de 8,4% em
relação a janeiro de 2007.
Para o IDV (Instituto para o
Desenvolvimento do Varejo), o
comércio passou inume à crise
dos mercados mundiais e não
refletiu ainda a provável recessão da economia norte-americana, que poderia afetar as expectativas de consumidores. "O
fato é que, no primeiro mês
deste ano, nada foi constatado
de adverso para um setor que
no ano anterior acusara um
crescimento recorde do volume de vendas. Pelo contrário,
em janeiro o setor deu sinais de
ter acelerado ainda mais o seu
crescimento", afirmou o instituto, em seu boletim.
Para o IDV, "uma parcela significativa" do bom desempenho do setor comercial está associada às promoções -que
não são captadas pelo modelo
de ajuste sazonal do IBGE.
Outras variáveis, no entanto,
também ajudar a explicar o resultado, como o aumento do
emprego, do rendimento e do
crédito, de acordo com o IDV.
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