São Paulo, sábado, 15 de março de 2008

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Vendas do comércio aumentam 11,8%

Setor começa 2008 aquecido e registra o maior crescimento desde 2004, na comparação com o ano anterior, aponta IBGE

Com ajuda do crédito, o segmento mais dinâmico em janeiro foi o de móveis e eletrodomésticos, que teve uma expansão de 16%

PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO

Após registrar alta recorde em 2007, o comércio varejista começou o ano novamente aquecido: as vendas, em volume, subiram 1,8% em janeiro na comparação livre de influências sazonais com dezembro. É a maior taxa desde novembro, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
O resultado representa uma aceleração no ritmo das vendas, que voltaram a crescer, depois de terem ficado estáveis em dezembro. Na comparação com janeiro de 2007, o comércio registrou expansão de 11,8% -nesse caso, a maior alta desde junho de 2004 (12%).
Para o IBGE, os fatores que impulsionaram o desempenho do comércio no primeiro mês do ano são os mesmos que levaram o setor a fechar 2007 com expansão de 9,6% -mais alta marca de toda a série da pesquisa do IBGE, iniciada em 2001.
"Mais uma vez, a conjuntura econômica favoreceu o comércio por meio do aumento da massa salarial, do emprego, da renda, do crédito e do dólar baixo", disse Reinaldo Pereira, economista da Coordenação de Serviços e Comércio do IBGE.
Beneficiado pelo crédito, o setor mais dinâmico foi o de móveis e eletrodomésticos -alta de 9,8% de janeiro para dezembro-, mantendo a tendência do ano passado. Na comparação com janeiro de 2007, a expansão ficou em 16%.
O setor foi influenciado positivamente também pelas grandes liquidações realizadas em janeiro por cadeias do ramo, segundo Carlos Thadeu de Freitas, economista da CNC.
"O comércio ainda cresce embalado pelo bom desempenho do ano passado, quando o crédito cresceu muito, o que não deve se repetir na mesma intensidade neste ano", disse.
As promoções impulsionaram ainda o setor de tecidos, vestuário e calçados, cujas vendas subiram 3,7% ante dezembro e 15,4% em relação a janeiro de 2007. Desempenho mais modesto, porém, teve o ramo de híper e supermercados e demais lojas de alimentos e bebidas, afetado pela persistente alta do preço dos alimentos. O volume de vendas do setor subiu 1,1% na comparação com dezembro. A alta foi de 8,4% em relação a janeiro de 2007.
Para o IDV (Instituto para o Desenvolvimento do Varejo), o comércio passou inume à crise dos mercados mundiais e não refletiu ainda a provável recessão da economia norte-americana, que poderia afetar as expectativas de consumidores. "O fato é que, no primeiro mês deste ano, nada foi constatado de adverso para um setor que no ano anterior acusara um crescimento recorde do volume de vendas. Pelo contrário, em janeiro o setor deu sinais de ter acelerado ainda mais o seu crescimento", afirmou o instituto, em seu boletim.
Para o IDV, "uma parcela significativa" do bom desempenho do setor comercial está associada às promoções -que não são captadas pelo modelo de ajuste sazonal do IBGE.
Outras variáveis, no entanto, também ajudar a explicar o resultado, como o aumento do emprego, do rendimento e do crédito, de acordo com o IDV.


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