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Vendas de eletroeletrônicos recuam 25%
TVs de tela fina sustentam faturamento no setor de áudio e vídeo; preço não cai mais por causa do dólar
FÁTIMA FERNANDES
DA REPORTAGEM LOCAL
Crédito mais escasso e consumidor menos confiante provocaram queda de 25%, em média, nas vendas de produtos eletroeletrônicos de outubro até
agora. Os produtos que mais
sentiram a crise mundial foram
DVDs, aparelhos de som e eletroportáteis, segundo fabricantes do setor, que também já
cortaram a produção em 25%.
A TV de tela fina (LCD e plasma), que deve substituir o tradicional modelo de tubo de
imagem, registrou pela primeira vez, desde o seu lançamento
no país, em 2005, queda nas
vendas -de 10%, em média, em
fevereiro em relação a janeiro,
segundo fabricantes.
Neste mês, as vendas de TVs
de tela fina reagiram e animaram os fabricantes. Essa linha
representa cerca de 60% da receita do setor de áudio e vídeo.
A previsão da indústria é vender neste ano 1 milhão a mais
desses aparelhos do que em
2008, quando foram comercializados cerca de 2,7 milhões de
unidades, 260% a mais do que o
volume de 2007.
Além de terem tecnologia
que resulta em melhor imagem, as TVs de tela fina vêm registrando queda significativa
de preços, principalmente por
conta do aumento da escala de
produção de painéis -o principal componente dessas TVs.
Uma TV de plasma de 42 polegadas, que, em 2005, custava
cerca de R$ 20 mil, hoje é comercializada por R$ 2.999, em
promoção. Essa redução de
preço acirrou a disputa entre os
maiores fabricantes de TVs de
tela fina no país -LG, Samsung, Philips e Sony.
LG e Samsung desbancaram
há cerca de dois anos a tradicional liderança da Philips no
mercado brasileiro de televisores (até então com tubo de imagem) e hoje disputam mês a
mês a primeira posição nas
vendas de TVs de tela fina.
Ranking
Levantamento mais recente
desse mercado mostra que, em
janeiro deste ano, a LG tinha
29% de participação; a Samsung, 27%; a Philips, 19%; e a
Sony, 14%. Em setembro de
2008, esse mesmo levantamento mostrava Samsung com
28%; LG com 27%; Philips com
21% e Sony com 16%. O ranking
é feito por uma empresa estrangeira e compartilhado entre os fabricantes.
Com cerca de 5 milhões de
unidades vendidas em 2008, o
mercado de aparelhos com tubo de imagem ainda representa
o dobro do de tela fina -o
maior interesse do fabricante,
pois vai substituir o primeiro.
"A competição com a LG é
bem acirrada e vamos trabalhar
para ser sempre a número um
no setor. Chegamos há cerca de
quatro anos ao Brasil num bom
momento, no meio de uma revolução na tecnologia de televisores, chegada do sinal digital e
de redução de custos de aparelhos devido ao aumento de escala de produção no mundo",
diz José Roberto Ferraz de
Campos, vice-presidente-executivo de vendas da Samsung.
Para atrair o consumidor em
tempo de crise, as quatro maiores fabricantes de TVs de tela
fina do país vão colocar novas
linhas no mercado neste ano.
Lançamentos
A LG e a Sony lançaram modelos neste mês. A Philips e a
Samsung farão o mesmo a partir de abril. "A ideia é antecipar
os lançamentos, não retrair por
causa da crise", diz Campos, da
Samsung.
Até o meio do ano, a LG deve
lançar uma linha de TV mais
básica, para o consumidor com
orçamento mais apertado.
Há cinco anos, as TVs de
plasma e de LCD eram importadas e hoje já são montadas no
país -em Manaus (AM). O que
vem de fora do Brasil são os painéis, que representam aproximadamente 70% do custo do
aparelho.
Com o dólar mais caro, os fabricantes de televisores de tela
fina avaliam que não há espaço
para queda de preços expressiva. "Não acreditamos em mais
redução de preços. O dólar subiu e as TVs só não foram reajustadas porque os preços dos
painéis caíram no exterior e
deu para compensar", diz Campos. "O preço das TVs já chegou
ao limite", afirma Roberto Barboza, diretor da LG.
Apesar de desejar a TV de tela fina, como mostra pesquisa
feita pelos fabricantes, o consumidor estará mais cauteloso
nas compras neste ano. Na avaliação da indústria, o forte de
vendas do setor de áudio e vídeo neste ano será a TV de tela
fina de 32 polegadas.
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