São Paulo, segunda-feira, 15 de março de 2010

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Mercado Aberto

MARIA CRISTINA FRIAS - cristina.frias@uol.com.br

Crédito para equipamentos cresce 146%

O financiamento de máquinas e equipamentos pela linha Finame, do BNDES, considerada um termômetro da economia, cresceu 146% no primeiro bimestre deste ano, ante o mesmo período de 2009.
Somadas as três linhas do Finame foram R$ 7,293 bilhões em desembolsos no primeiro bimestre. No ano passado, a concessão de crédito pelo programa foi de R$ 2,960 bilhões.
As aprovações aumentaram 200%. Os desembolsos do Finame Agrícola tiveram alta de 139% ante o ano passado.
O volume de operações foi maior do que o valor desembolsado, o que indica que os financiamentos foram para um número maior de tomadores.
No primeiro bimestre de 2009, saíram 11.583 operações. Em 2010, o número saltou para 37.827 operações.
O setor de transportes recebeu desembolsos de R$ 4 bilhões no primeiro bimestre de 2010, 146,7% a mais do que no ano anterior.
Só para para financiamento de caminhões foram R$ 3,4 bilhões, uma demanda estimulada pelo aumento do transporte de cargas no país.
Para o segmento de não-transportes foram desembolsados R$ 2,2 bilhões no primeiro bimestre de 2010, valor 141,2% superior ante o mesmo período de 2009. Os destaques foram caldeirarias e máquinas-ferramentas, dentre outras.
No setor agrícola, o crescimento foi de 155,4% ante 2009. A demanda maior foi por tratores, colheitadeiras e implementos agrícolas.
A taxa de juros varia de 4,5% fixos, com prazo de 10 anos, a 7%, com 96 meses para pagar, no caso do financiamento de caminhões e outros veículos.

Automóvel importado custa até 260% mais caro no Brasil

Comprar um carro importado no Brasil sai até 260% mais caro do que adquirir o mesmo veículo nos Estados Unidos, segundo a AutoInforme, com base em dados da Jato Dynamics.
É o caso do Mercedes M-Class ML 500, que em fevereiro era vendido a R$ 104,4 mil no mercado norte-americano, e a R$ 376 mil no Brasil.
"A maior parte dessa diferença é o "lucro Brasil", que é uma exorbitância. É um dos maiores lucros da indústria automobilística do mundo", diz Joel Leite, diretor da AutoInforme. A diferença do preço é explicada pela carga tributária, "mas não se pode culpar os tributos por tudo", diz Leite.
Se a retaliação do governo brasileiro aos EUA for posta em prática, o que elevará a alíquota do Imposto de Importação dos carros de 35% para 50%, "o aumento será repassado ao consumidor, se as empresas mantiverem a margem de lucro", diz Luiz Carlos Augusto, da Jato.
O custo de importação de um veículo, que inclui frete, seguro, tributos, marketing, além de margens do importador e do concessionário, é, em média, de 2,7 vezes o valor do carro em dólares, segundo a Abeiva (associação dos importadores de veículos automotores).
"Cada empresa tem a sua margem de lucro, de acordo com as leis de mercado", informou a associação.
Apesar do preço dos veículos importados, os emplacamentos das 13 empresas filiadas à Abeiva aumentaram 34% no ano passado, para 40.920 unidades.

PARCERIA DE LADOS OPOSTOS
O escritório Sampaio Ferraz Advogados e a Furquim de Azevedo Consultoria Econômica fecharam uma parceria para trabalhar casos que envolvam discussões econômicas, como os de direito da concorrência, regulatório e econômico internacional. Tercio Sampaio Ferraz Júnior, titular da Faculdade de Direito da USP, e Paulo Furquim de Azevedo, professor da GV, já estiveram em campos opostos quando o economista era conselheiro do Cade. "Tivemos embates, às vezes, veementes", lembra Ferraz. "Ele sempre se sobressaiu pela ética e pelo respeito no relacionamento com a autoridade pública", destaca Furquim. Em um dos casos, o escritório venceu por cinco votos a um. Furquim votara contra o argumento de Ferraz, em defesa da CSN, na aquisição de uma fábrica de folhas de flandres. Hoje estão unidos ao lado da siderúrgica, que fez oferta pela Cimpor.

ESTRATÉGIA
O ministro-chefe da Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República, Samuel Pinheiro Guimarães, fará palestra sobre o tema "Repensando o Brasil: as ações estratégicas do Governo", hoje, às 19h30, no Teatro Tucarena, na PUC de São Paulo.

PREÇO DO BANHO
O banho no chuveiro elétrico é o mais econômico, considerando-se a quantidade de água e a energia elétrica ou o gás, segundo estudo do Cirra (Centro Internacional de Referência em Reuso de Água), ligado à Escola Politécnica da USP. O estudo concluiu que um banho de oito minutos custa, em média, R$ 0,30 no chuveiro elétrico e a média anual do consumo de água neste equipamento é de 4,2 litros por minuto, contra 8,7 litros por minuto no a gás. Aquecedor solar, a gás e boiler são os equipamentos de maior consumo de água, já que a temperatura alta é obtida com vazão de água maior do que no chuveiro elétrico. A água perdida no início de cada banho até se atingir a temperatura ideal também é menor no elétrico, pois, ao abrir o registro, a água sai quente imediatamente. No aquecedor a gás, a perda é de 4,7 litros.


com JOANA CUNHA e ALESSANDRA KIANEK


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