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Decisão sobre Selic é evento aguardado da semana
Analistas preveem que taxa pode começar a subir na 4ª
PAULA NUNES
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
A reunião do Copom (Comitê
de Política Monetária) concentra as atenções nesta semana. A
expectativa geral é a de que o
Banco Central vai subir, gradualmente, a taxa Selic, hoje
em 8,75%. A divergência dos
analistas é apenas se essa trajetória de alta começa agora ou se
só será iniciada em abril.
Indicadores divulgados na
semana passada reforçaram a
impressão de que a demanda
doméstica cresce de maneira
vigorosa, com força suficiente
para encerrar o ciclo de baixas
enfrentado durante a crise financeira global.
A forte expansão da inflação
no primeiro bimestre ajuda a
reforçar essa tendência de escalada da taxa Selic. Ainda que
os indicadores de janeiro e fevereiro tenham sido inflacionados por questões sazonais, a
apreensão com um possível
descompasso entre oferta e demanda já começa a preocupar
os analistas de mercado. O Banco Central anuncia a taxa de juros depois de manhã.
O IGP-10 de março será
anunciado na quinta-feira, e a
projeção do mercado é uma inflação de 0,85%.
De acordo com o relatório de
perspectiva semanal do banco
Santander, porém, é esperado
que a inflação apurada nos índices de preços no atacado permaneça no mesmo nível observado no IGP-DI de fevereiro
(1,09%). Espera-se alta nos preços de produtos agrícolas, especialmente frutas, legumes, leite
e ovos, assim como aumento
em alimentos processados, papel e celulose e químicos.
Retração de preço somente
da cana-de-açúcar e de seus
produtos derivados, como o álcool combustível, que já apresenta queda expressiva nos valores de venda, principalmente
os praticados nas usinas.
Os outros dados esperados
para a semana são menos impactantes. Saem o indicador de
perspectiva de inadimplência e
o indicador de cheques sem
fundo, ambos medidos pelo Serasa. Serão divulgados ainda
dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregos) apontando quantos
empregos formais foram criados no mês passado no país.
Nos EUA, o principal evento
da semana acontece amanhã e
será a reunião do Fomc (principal órgão da política monetária
americana), do Fed. Mas o mercado não espera novidades. A
expectativa é a de que a taxa de
juros, hoje entre zero e 0,25%,
seja mantida e que o órgão reforce, no comunicado pós-reunião, a ideia de que o país cresce, embora lentamente.
Ainda sobre a economia
americana, sairão nesta semana os dados do índice de preços
ao consumidor, com tendência
a apresentar um crescimento
modesto em fevereiro, tanto
para o índice "cheio" como para
o núcleo (que exclui alimentos
e energia).
Os indicadores de atividade
industrial norte-americana devem apresentar recuperação
mais lenta, em especial os relativos a fevereiro, em consequência do inverno rigoroso no
país, apontam analistas. Preocupante, porém, é o enfraquecimento do dólar em relação às
principais moedas, o que deixa
os mercados em alerta.
Ajuda à Grécia?
Na zona do euro, o mercado
aproveita a onda de liquidez
após o susto da Grécia, que abalou os ânimos e criou uma forte
aversão ao risco no início do
ano. No fim de semana, rumores sugeriam que o pacote de
ajuda ao país poderia finalmente ser formalizado hoje, em
reunião em Bruxelas. Passado o
pior, outra destaque é a divulgação do índice de preços ao
consumidor na zona do euro no
mês passado, que sai amanhã. A
expectativa é a de desaceleração inflacionária.
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