São Paulo, segunda-feira, 15 de março de 2010

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Decisão sobre Selic é evento aguardado da semana

Analistas preveem que taxa pode começar a subir na 4ª

PAULA NUNES
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

A reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) concentra as atenções nesta semana. A expectativa geral é a de que o Banco Central vai subir, gradualmente, a taxa Selic, hoje em 8,75%. A divergência dos analistas é apenas se essa trajetória de alta começa agora ou se só será iniciada em abril.
Indicadores divulgados na semana passada reforçaram a impressão de que a demanda doméstica cresce de maneira vigorosa, com força suficiente para encerrar o ciclo de baixas enfrentado durante a crise financeira global.
A forte expansão da inflação no primeiro bimestre ajuda a reforçar essa tendência de escalada da taxa Selic. Ainda que os indicadores de janeiro e fevereiro tenham sido inflacionados por questões sazonais, a apreensão com um possível descompasso entre oferta e demanda já começa a preocupar os analistas de mercado. O Banco Central anuncia a taxa de juros depois de manhã.
O IGP-10 de março será anunciado na quinta-feira, e a projeção do mercado é uma inflação de 0,85%.
De acordo com o relatório de perspectiva semanal do banco Santander, porém, é esperado que a inflação apurada nos índices de preços no atacado permaneça no mesmo nível observado no IGP-DI de fevereiro (1,09%). Espera-se alta nos preços de produtos agrícolas, especialmente frutas, legumes, leite e ovos, assim como aumento em alimentos processados, papel e celulose e químicos.
Retração de preço somente da cana-de-açúcar e de seus produtos derivados, como o álcool combustível, que já apresenta queda expressiva nos valores de venda, principalmente os praticados nas usinas.
Os outros dados esperados para a semana são menos impactantes. Saem o indicador de perspectiva de inadimplência e o indicador de cheques sem fundo, ambos medidos pelo Serasa. Serão divulgados ainda dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregos) apontando quantos empregos formais foram criados no mês passado no país.
Nos EUA, o principal evento da semana acontece amanhã e será a reunião do Fomc (principal órgão da política monetária americana), do Fed. Mas o mercado não espera novidades. A expectativa é a de que a taxa de juros, hoje entre zero e 0,25%, seja mantida e que o órgão reforce, no comunicado pós-reunião, a ideia de que o país cresce, embora lentamente.
Ainda sobre a economia americana, sairão nesta semana os dados do índice de preços ao consumidor, com tendência a apresentar um crescimento modesto em fevereiro, tanto para o índice "cheio" como para o núcleo (que exclui alimentos e energia).
Os indicadores de atividade industrial norte-americana devem apresentar recuperação mais lenta, em especial os relativos a fevereiro, em consequência do inverno rigoroso no país, apontam analistas. Preocupante, porém, é o enfraquecimento do dólar em relação às principais moedas, o que deixa os mercados em alerta.

Ajuda à Grécia?
Na zona do euro, o mercado aproveita a onda de liquidez após o susto da Grécia, que abalou os ânimos e criou uma forte aversão ao risco no início do ano. No fim de semana, rumores sugeriam que o pacote de ajuda ao país poderia finalmente ser formalizado hoje, em reunião em Bruxelas. Passado o pior, outra destaque é a divulgação do índice de preços ao consumidor na zona do euro no mês passado, que sai amanhã. A expectativa é a de desaceleração inflacionária.


Texto Anterior: Orientação é comparar extrato anterior e posterior à migração
Próximo Texto: Dicas FolhaInvest
Corretoras trocam indicações após semana de alta na Bolsa

Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.